Para estreitar o contato com os clientes, a empresa investiu em treinamento da equipe, eliminou o 0800 e criou um canal de comunicação direto com por meio de um telefone fixo.| Foto: Divulgação/Gaslog

Enquanto muitas empresas andaram de lado nos últimos três anos, vendo receitas e despesas empatarem no zero a zero, a paranaense Gaslog conseguiu crescer 75% em plena crise com uma prática que deveria ser praxe nas companhias: ouvir os clientes.

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Especializada na distribuição de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o gás de cozinha, a granel, a Gaslog queria crescer, porém, precisava ser mais competitiva. Em 2014, a empresa desenvolveu um projeto de reposicionamento da marca que foi executado ao longo de 2015, e preparou o terreno para a expansão da marca nos próximos anos. Três anos depois, o resultado foi um crescimento de 75% do seu faturamento, de R$ 24,1 milhões, em 2015, para R$ 42,1 milhões, em 2017.

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O ponto de partida para a mudança foi uma ampla pesquisa de mercado feita com clientes e colaboradores da Gaslog. Considerando que a Petrobras é a única fornecedora de GLP do país, a empresa foi ouvir dos maiores interessados no negócio como poderia melhorar a qualidade do serviço prestado e, consequentemente, se diferenciar dos concorrentes. Voltou com boas respostas e colocou a mão na massa.

Primeiro, separou expertises. Para atender melhor os clientes ao longo de todo o processo, da instalação e fornecimento à assistência técnica, foi criado o Grupo Ergon que, além da Gaslog, reúne ainda mais duas empresas que dão suporte à distribuidora de GLP: a MIDService, que faz toda a gestão da entrega, medição e cobrança individualizada do gás em condomínios residenciais, e a GTEC Instalações, que atua na instalação, manutenção e assistência técnica dos pontos de consumo. Ao todo, as três empresas possuem 60 funcionários.

O próximo passo foi estreitar ainda mais o relacionamento com o cliente, com ações simples. A empresa investiu em treinamento da equipe, eliminou o 0800 e criou um canal de comunicação direto com os clientes por meio de um telefone fixo. Também adotou uma política de preços exclusiva, com reajustes estabelecidos em contrato, para evitar variações, e aboliu a multa de recisão de contrato. É a qualidade do serviço que vai fazer com que o cliente queira ficar, afirma o CEO Wolney Pereira, à frente da Gaslog desde janeiro de 2017:

Redirecionamos a empresa para deixar de ser uma distribuidora de GLP comum para ser uma empresa de energia. Isso fez com que nós dobrássemos o volume de vendas [de GLP] da Gaslog . Em 2017, faturamos R$ 42 milhões e, em 2018, a projeção é faturar R$ 60 milhões

Dez caminhões próprios fazem a distribuição do  GPL da Gaslog nas cidades do Paraná e Santa Catarina que a empresa atende. 
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Depois das mudanças, a Gaslog ganhou fôlego para crescer de forma orgânica, consolidando bem a operação nas praças em que já atua e mirando a expansão em cidades estratégicas. Hoje, a empresa está presente no Paraná (Grande Curitiba e Ponta Grossa) e em Santa Catarina (Joinville, cidades do Vale do Itajaí e Florianópolis), e atende a partir de duas bases operacionais: uma em Balsa Nova, na região de Curitiba, e outra em Blumenau. Na rota, 10 caminhões próprios fazem a distribuição do GLP que é produzido pela Petrobras em Araucária e Itajaí., em Santa Catarina.

“Queremos ampliar a participação em Santa Catarina, especialmente em Florianópolis. Paralelamente a isso, o nosso objetivo é entrar em São Paulo e no Rio de Janeiro nos próximos cinco anos”, detalha Pereira.  O objetivo tem razão de ser. O grande ponto da logística para a Gaslog é a oferta do GLP pela Petrobras. E a oferta no Sudeste é maior, diz o CEO.