Os barcos que darão apoio às competições aquáticas das Olimpíadas Rio 2016 foram fabricados em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). A empresa paranaense Náutica CRS fornecerá duas embarcações modelo Catamarã para o comitê olímpico usar no transporte de atletas e equipes técnicas e no suporte para as provas na água. Os barcos já estão prontos e devem ser levados para o Rio de Janeiro nos próximos meses.
FOTOS: Veja imagens da pequena fábrica de barcos de Campina Grande do Sul
A indústria paranaense conseguiu um espaço nas Olimpíadas através da parceria com uma empresa de balsas, vencedora da licitação dos jogos. “Vendemos para a Única Transnáutica há quatro anos. Como eles venceram a licitação, precisaram adquirir dois Catamarãs para fazer o transporte de atletas”, explica Wlamir Azol Monpean, proprietário da Náutica CRS.
A participação na competição servirá para aumentar a credibilidade e a visibilidade da empresa que está há nove anos no mercado. Referência na produção de embarcações de pequeno porte para o segmento de trabalho, a Náutica CRS produz quatro toneladas por mês em barcos. Em 2015, o faturamento cresceu cerca de 10% e a projeção é que o número se mantenha neste ano.
São dez tipos diferentes de embarcações no catálogo, que custam entre R$ 4 mil e R$ 700 mil. O modelo Catamarã, que será usado nas Olimpíadas, é conhecido por ter extrema estabilidade, capacidade para carregar um grande número de pessoas e por ser bastante econômico, pois precisa abastecer somente uma vez por dia. Os dois barcos que vão para o Rio de Janeiro foram feitos em 2015 e estão prontos há quatro meses, esperando liberação para aportar na Baia de Guanabara.
Dependendo do pedido, a produção pode demorar até um ano. “Fabricar um barco é mais trabalhoso que construir um apartamento”, explica Wlamir. Existem modelos que exigem a montagem de até três mil peças e ainda têm as etapas iniciais, que envolvem a confecção da matriz e do molde.
Tudo é feito no barracão localizado na RMC, com o auxílio de 11 funcionários. “Quando se atua no segmento de barcos de trabalho, a produção não é em larga escala”, diz Wlamir. O que poderia ser um fator prejudicial à empresa, é visto como vantagem competitiva pelo proprietário. Ele afirma que, mesmo com a crise, o nicho de embarcações para trabalho sempre tem demanda, ao contrário do segmento de lazer.