A Mobile World Congress concentrou a atenção dos aficionados por celulares no fim de fevereiro e, a partir de agora, começa a contagem regressiva para que os modelos apresentados na feira – como os novos Galaxy S7, da Samsung, e o G5, da LG – cheguem às lojas. Correndo por fora, fabricantes menos badaladas também conseguiram despertar curiosidade, ou até certa estranheza.
Foi o caso da britânica FlexEnable, empresa especializada em desenvolver componentes eletrônicos flexíveis, como sensores e displays, para serem usados em equipamentos das mais diversas áreas, da medicina à indústria automotiva. A companhia apresentou seu protótipo de uma tela flexível que pode ser “enrolada” no pulso do usuário, mesclando os conceitos dos tradicionais smartphones com pulseiras inteligentes.
O resultado é uma espécie de bracelete que funciona como um minicomputador e traz recursos comuns a outros celulares modernos: navegação na internet, ligações, GPS, despertador, aplicativos, etc. A tela apresentada tinha 4,7 polegadas, ficando na média do tamanho de smartphones do mercado.
A FlexEnable chama sua criação de “LDC orgânico”, usando a sigla OLCD. O material utilizado é o grafeno, uma lâmina de carbono mais forte que o aço e que vem despontando como um “material milagroso” por cientistas e companhias de tecnologia mundo afora. Mesmo que, aparentemente, o protótipo não seja nada confortável (muito menos discreto), a empresa defende que o aparelho mostra os “benefícios únicos que a tecnologia de telas flexíveis pode trazer para dispositivos vestíveis”.
Com displays maleáveis, esses acessórios não precisarão mais ficar limitados a um design rígido – como o visto nos relógios inteligentes da Apple e Samsung – e passarão a se adaptar às necessidades do usuário. Além disso, defende a companhia, o OLCD pode ser usado para visualizar vídeos como qualquer outra tela, com a diferença de que a área útil do display é muito maior do que a vista em smartwatches e pulseiras.
“Telas flexíveis estão permitindo uma quebra de paradigmas que permite grandes níveis de inovação em dispositivos vestíveis. A habilidade de se curvarem e a forma ultra-fina, com displays inquebráveis e sensores capazes de serem instalados em qualquer tipo de superfície, dão aos nossos parceiros a liberdade para desenvolver produtos disruptivos que eram impossíveis até hoje”, afirma em nota o CEO da FlexEnable, Chuck Milligan.
Resta saber agora se há de fato demanda dos usuários por este tipo de tecnologia e se as fabricantes de smartphones e outros acessórios vestíveis vão comprar a ideia – deixar os celulares dentro da bolsa ou no bolso da calça não parece um problema tão grave hoje em dia. Vale lembrar que a FlexEnable não desenvolve produtos para o consumidor final, apenas para empresas. Mesmo assim, a companhia britânica afirma que já há fabricantes interessadas e que o OLCD pode chegar às lojas antes do fim de 2017.
O site The Verge produziu um vídeo que mostra o aparelho da FlexEnable em detalhes. Confira abaixo (em inglês):
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