Líder nacional na produção de biogás extraído de resíduos da cana-de-açúcar, a paranaense GEO Energética teve liberado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) um aporte de R$ 160 milhões para o desenvolvimento de tecnologias envolvendo materiais orgânicos utilizados como biodigestores no país. A empresa agora pretende expandir sua capacidade de produção de biogás para 500 megawatts (MW), a partir do investimento de R$ 250 milhões na construção de novas usinas. As ações devem ocorrer ao longo dos próximos sete anos.
A GEO Energética está há 13 anos no mercado e tem atividades industriais em Tamboara, no Noroeste do Paraná. A planta da unidade recebe insumos fornecidos por uma usina sucroalcooleira da região e produz com o material obtido biogás destinado à energia elétrica. A capacidade instalada da unidade é de geração de 4 MW e deve ser estendida para 12 MW.
Segundo o CEO da empresa de bioenergia, Alessandro Gardemann, o objetivo das novas pesquisas será ampliar o leque de agroindústrias abrangidas na geração de biogás. A ideia é integrar resíduos como soja e mandioca e também provenientes de proteína animal, como de frango, à produção de bioenergia.
A GEO Energética deve contar com o apoio financeiro da Finep por dez anos. Além da energia elétrica, as linhas de pesquisa contemplam novos arranjos e desenvolvimento de biometano veicular em substituição ao óleo diesel.
Investimento
Gardemann explica que ainda não é possível dizer onde as novas usinas de biogás da companhia serão construídas. A princípio, a escolha pelo local das plantas depende da disponibilidade dos resíduos orgânicos necessários para a produção. Apesar disso, o CEO diz que o Paraná apresenta uma situação "extraordinária" não só pela posição que ocupa na produção de cana-de-açúcar, mas também em relação à proteína animal. "Trinta por cento da produção do estado é de aves, um potencial muito grande", assinala.
Hoje, a empresa de bioenergia gera cerca de 40 mil metros cúbicos de biogás a meta é chegar a 120 mil.