O cadastro de empregadores flagrados explorando trabalhadores em condição análoga à de escravos recebe atualização semestral. Para que uma empresa conste da lista, deve haver decisão definitiva sobre o julgamento administrativo. Já para ser excluído da relação, o empregador precisa comprovar dois anos de correção das irregularidades identificadas pela inspeção do trabalho.
A Madepar, que atua em Palmas, é uma das empresas que foram incluídas na lista em julho deste ano. Em nota encaminhada pela assessoria de comunicação, a empresa informou que a fiscalização ocorreu no ano passado, quando o trabalho de colheita de erva-mate em suas áreas e a manutenção de reflorestamentos eram feitos por empresas terceirizadas. A Madepar informou que, mesmo assim, pagou a multa determinada pelo MTE, além de ter assinado o Termo de Ajuste de Conduta (TAC).
Desde então, a empresa afirma que não atua com prestação de serviços terceirizados. "Hoje, a Madepar conta com 53 colaboradores que atuam dentro do regime de CLT e constantemente realizam cursos de capacitação e atualização profissional", informou a nota. A assessoria também ressaltou que os alojamentos utilizados pelos funcionários respeitam todas as normas de segurança e higiene exigidas pelo MTE.
Outra madeireira que já havia sido listada anteriormente é a Agostinho Zarpellon e Filhos, de Irati. Em abril deste ano, o diretor da madeireira, Miguel Agostinho Zarpellon, disse à Gazeta do Povo que já havia provado a inexistência de trabalho escravo na empresa. Segundo ele, a fiscalização promovida pelo Ministério Público do Trabalho em novembro de 2008 atribuiu existência de trabalho escravo em uma fazenda da empresa por entender que não havia possibilidade de prestação de serviço por empreitada.
"Essa modalidade é uma disposição legal indiscutível e constitucional", disse o diretor, salientando que, depois da fiscalização foi lavrado um Termo de Ajustamento de Conduta, cumprido integralmente. Zarpellon também relatou que, das pessoas flagradas pela fiscalização, nenhuma era empregada da empresa. "Seis ou sete prestavam serviços por empreitada; as demais tinham sido contratadas por empreiteiro", afirmou na ocasião.