São Paulo (Folhapress) – A empresária Eliana Tranchesi, dona da Daslu, disse ontem desconhecer os procedimentos contábeis e fiscais de sua loja. Afirmou que se envolve diretamente apenas com o marketing e o "glamour" da empresa, segundo o procurador da República Matheus Baraldi Magnani, de Guarulhos. As afirmações foram feitas durante depoimento na sede da Polícia Federal. A empresária foi presa ontem de manhã por suspeita de sonegação fiscal e de formação de quadrilha. Além de principal sócia da Daslu, Tranchesi responde pela presidência da loja.

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De acordo com o procurador, o Ministério Público e a Polícia Federal estão satisfeitos com o rumo das investigações. Ele afirmou que a empresária não teria negado e nem confirmado as acusações de sonegação fiscal.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Daslu afirmou que "está colaborando com a operação, no sentido de fornecer todas as informações que forem solicitadas’’. A assessoria, no entanto, não se manifestou sobre a prisão da proprietária.

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"A importadora não era uma empresa formal, não existia de fato. Sequer tinha endereço", disse Magnani. Acredita-se que ela tenha sido constituída apenas para camuflar a irregularidade. "A empresa tinha prejuízo todos os meses e revertia praticamente 100% do que importava à Daslu. Dado típico da contabilidade de uma empresa laranja." O procurador afirma que alguns vestidos vendidos pela Daslu por cerca de R$ 5 mil eram importados com valores declarados de US$ 10 a US$ 15.

Eliana foi presa em sua casa, no Morumbi, e levada em um carro da Polícia Federal até a sede da superintendência do órgão, na Lapa (zona oeste de São Paulo), onde prestou depoimento. O dono de uma empresa importadora ligada à marca, Celso de Lima, também foi preso. O procurador afirmou que Donata Meirelles, amiga de Eliana e mulher do publicitário Nizan Guanaes, só não foi presa pois, apesar de ser gerente da loja, não exerce uma administração de caráter fiscal ou contábil.

A Daslu funciona normalmente e não deve ser fechada, segundo Magnani. Também são improváveis as apreensões de produtos.