O aumento da taxa básica de juros da economia brasileira para 10,25% ao ano atrapalha o desenvolvimento do país, disseram ontem entidades empresariais e sindicais. "O Banco Central parece um médico de uma só receita, incapaz de administrar com outras políticas as dores do crescimento", disse Rodrigo da Rocha Loures, presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) disse ver com "preocupação" o retorno da Selic aos dois dígitos. Segundo o órgão, o crescimento de 9% do PIB no primeiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2009 não deve orientar as expectativas para o resto do ano, já que incentivos criados para combater os efeitos da crise econômica mundial já foram retirados. Para a CNI, há espaço para que o ciclo de alta seja mais curto do que o previsto.
De acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fercomercio), o patamar de juros prejudica a competitividade brasileira. "Mais do que tentar arrefecer o consumo, o Brasil deveria partir para uma ação concreta de racionalização dos gastos públicos e de estímulos aos investimentos produtivos", disse o presidente da entidade, Abram Szajman.
PressãoO presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, classificou a alta de "política assistencialista para banqueiros". "E ainda existe uma forte pressão por parte do setor financeiro e seus representantes para que esse ciclo de aumento da taxa básica de juros permaneça", disse ele, que defende ainda que a alta dos juros desestimula investimentos e prejudica as contas públicas.
Na visão de Miguel Torres, presidente em exercício da Força Sindical, a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), é "equivocada". "É um balde de água fria na aquecida economia brasileira, que demonstrou recentemente uma imensa capacidade para o crescimento com geração de emprego e renda. Os tecnocratas do Banco Central torcem contra o crescimento econômico do Brasil", disse Torres.
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