Representantes de entidades empresariais do Paraná se reuniram ontem com parte da bancada do estado em Brasília para pedir a deputados e senadores que pressionem por mudanças na política econômica. O presidente da Federação das Indústrias dos Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, defendeu a redução imediata dos juros, hoje em 13,75% ao ano. Outro pedido, levado pelo presidente da Federação das Associações Comerciais do Paraná (Faciap), Ardisson Akel, é a não-aprovação de projetos que aumentem os custos trabalhistas.
Rocha Loures destacou um novo sinal de que a crise exige medidas mais fortes: em uma sondagem feita pela Fiep com 315 empresas, cerca de 40% vão reduzir ou suspender investimentos. "Não se pode deixar quebrar o ânimo empreendedor", argumentou. Para ele, a política econômica tem de rapidamente reverter a gestão dos juros e do câmbio para estimular o consumo e o investimento.
A aceitação às idéias, porém, variou estavam presentes 11 deputados e o senador Osmar Dias (PDT). O líder da bancada paranaense no Congresso, o deputado Dilceu Sperafico (PP), concordou com o diagnóstico de Rocha Loures. "No mundo todo se reduziram os juros e aqui ainda não. Parece que a preocupação com a crise não chegou no ponto central da política econômica."
O deputado Gustavo Fruet (PSDB) comentou que o BC não quis arriscar ao deixar inalterada a taxa de juros, mas que este ponto precisará ser atacado com a desaceleração da economia. "O governo também vai ter de mexer nos gastos de custeio porque a arrecadação não vai crescer tanto", lembrou.
Para o deputado Marcelo Almeida (PMDB), a discussão precisa ser mais cuidadosa. "Dizer que só reduzir os juros nos salva da crise não é correto. Precisamos tomar cuidado para não jogar fora a estabilidade", advertiu.