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Empresas de vários setores já sentem a deterioração das linhas de crédito, com alta de juros, reduções de prazos e limites de empréstimos no mercado brasileiro em razão dos impactos da crise causada pelo coronavírus sobre a economia.

"O mercado subiu bastante o preço, e alguns bancos pararam de liberar caixa", afirmou Peter Furukawa, presidente da Quero Quero, maior varejista do Rio Grande do Sul. O executivo mencionou que antes da crise era possível captar recursos a uma taxa de CDI + 0,9% ao ano, enquanto, hoje, essas mesmas linhas subiram para CDI + 3,5% ao ano.

A Petz, que atua no setor de produtos e cuidados para animais de estimação, mantinha conversas preliminares com investidores para um IPO até a crise estourar, mas teve que postergar os planos. O diretor financeiro da companhia, Diogo Bassi, comentou que a empresa agilizou a captação de recursos por outros instrumentos do mercado financeiro. No início do ano, era fácil obter financiamento com carência para início da amortização, mas esse prazo foi reduzido, contou.

Já o presidente da fabricante de notebooks, computadores e eletrônicos Positivo, Hélio Rotenberg, comentou que teve "sorte" ao conseguir realizar a sua emissão secundária de ações (follow on) antes de a pandemia de coronavírus ganhar corpo. "Queremos preservar o máximo de caixa. Temos que endurecer sem perder a ternura", afirmou, concordando sobre a necessidade de renegociar pagamentos a fornecedores. "Para os pequenos, temos sido mais generosos, negociando com os grandes."

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