O endividamento externo das empresas brasileiras permanece pequeno da perspectiva do risco cambial

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, disse nesta sexta-feira (15) o diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton, em evento organizado pelo BC em São Paulo, acrescentando que é pequeno o número de companhias do país que se endivida em moeda estrangeira.

"Não surpreende que o acompanhamento feito pelo Banco Central indique não haver exposição líquida relevante à variação cambial de incorporações não financeira", disse.

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Ao fazer essa avaliação, o diretor acrescentou que o nível de endividamento de empresas brasileiras em moeda estrangeira diminuiu nos últimos anos.

"No que se refere à exposição ao risco cambial --aspecto com frequência lembrado em momentos de transição-- cabe notar que o endividamento externo das empresas brasileiras permanece pequeno, e, se ajustado pelo endividamento total, recuou no pós-crise de 2008."

Os comentários de Carlos Hamilton ocorrem num momento em que o banco central dos Estados Unidos reduz seus estímulos monetários e a política cambial surge no debate econômico eleitoral brasileiro.

Em entrevista à Reuters no início do mês, o economista Mansueto Almeida, que integra a equipe de coordenação do programa econômico do candidato do PSDB, Aécio Neves, disse que um eventual governo tucano retomaria a livre flutuação da taxa de câmbio.

Carlos Hamilton, que nesta sexta-feira fez a abertura do evento IX Seminário sobre Riscos, Estabilidade Financeira e Economia Bancária, não fez comentários sobre inflação ou desempenho da economia, mantendo sua apresentação restrita à análise estrutural do crédito, supervisão e regulação do sistema financeiro e endividamento de famílias e empresas.

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Ele disse que o debate sobre o endividamento externo das empresas brasileiras não financeiras tem dado atenção aos volumes captados por afiliadas no exterior e que esses recursos somam US$ 115 bilhões de dólares, sendo 74 bilhões de dólares internalizados via empréstimos intercompany.

"Dessa forma, esses US$ 74 bilhões estão contabilizados nas estatísticas sobre endividamento externo, produzidas e publicadas pelo Banco Central. O restante, os outros US$ 39 bilhões, ampliaram o estoque de ativos estrangeiros de empresas não financeiras brasileiras, como reflete, por exemplo, o fato de, em 2013, o Brasil ter sido o segundo maior investidor direto estrangeiro na União Europeia", informou o diretor.