Para driblar a falta de aço no mercado nacional, empresas do setor de construção civil se reuniram em uma espécie de cooperativa para importar a matéria-prima da Turquia. De acordo com o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon-PR), um pedido de 20 mil toneladas de aço deve desembarcar no porto de Itajaí nos próximos dias. A cooperativa atende empresas dos três estados da Região Sul.
"Se o mercado nacional estivesse atendendo a demanda, não haveria a necessidade de importar aço da Turquia. O problema é que as empresas têm cronogramas de obras para executar, e não podem ficar paradas porque não conseguem comprar aço ou cimento", explica Paulo Ercole, vice-presidente de Prestação de Serviços do Sinduscon-PR.
Segundo Ercole, mesmo com o dólar alto, o preço do aço importado tem sido inferior ao do nacional, por conta da escalada de preços vivida pelo setor durante a pandemia do novo coronavírus.
Além da construção, outros setores da indústria, como o automobilístico, também sofrem com a falta de matéria-prima e o aumento no preço dos insumos. Nesta semana, por exemplo, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, afirmou que a produção de autoveículos pode parar pela falta do insumo.
Nesta quinta-feira (10), por outro lado, o presidente da Companhia Siderúrgica Nacional, Benjamin Steinbruch, negou que esteja havendo falta de matéria-prima.
"Tem gente que quer passar uma falsa imagem de falta de produtos no mercado e isso não é bom porque não é verdade. O que aconteceu é que, como a perspectiva da economia estava muito ruim, todos foram obrigados a diminuir a produção a partir de março. Então, por falta de pedidos, a cadeia como um todo desativou as linhas de produção. Com a volta dos pedidos, a produção também está voltando", afirmou, segundo relato do Estadão Conteúdo.
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