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Em intensidades diferentes, empresas de diversos setores adotam posição de cautela e tentam se adaptar a um cenário econômico de incerteza, que retraiu a clientela. As medidas são variadas: cortes de custos internos, adiamento de projetos de expansão de longo prazo, redução do crédito oferecido a clientes. Mas todos têm esperança de que as previsões mais pessimistas não se confirmem.

"Se o crescimento do PIB ficar em 3% em 2009, será possível cumprirmos a nossa meta de expansão do faturamento", diz o presidente da Carlson Wagonlit, especializada em turismo de negócios, André Carvalhal. O planejamento da Carlson mantém o projeto de elevar em 10% o volume bruto de vendas (alta de R$ 100 milhões) no ano que vem. A agência identificou queda de 3% a 5% na venda de bilhetes aéreos desde o início da crise.

"É uma queda pequena, uma pisada no freio", avalia Carvalhal. Para ele, os primeiros quatro meses 2009 serão mais duros, mas haverá recuperação no segundo semestre.

Pesquisa feita entre 22 e 30 de outubro pela Associação Brasileira de Gestores de Viagens Corporativas (Abgev) confirma os cortes das empresas: 56% das 41 companhias pesquisadas informaram que estão enxugando custos com viagens e eventos. Para a presidente da associação, Viviânne Martins, o resultado espelha a dificuldade das empresas para fazer previsões. Entre as que estão comprimindo o orçamento, mais de 60% não fixaram metas ou prazos para cortes, 22% disseram que as reduções deverão vigorar pelos próximos 12 meses e 30% informaram que pretendem cortar entre 11% e 30% das despesas com viagens.

A redução da oferta de crédito pelos bancos é a principal preocupação de Franco Borsari, diretor-comercial do Grupo Produquímica, líder na fabricação de produtos para nutrição vegetal e animal. "Fomos obrigados a reduzir nossos prazos de financiamento aos agricultores, nossa principal clientela." O corte foi drástico, de 180 para 28 dias, mas Borsari acredita que o fenômeno será transitório, se as medidas do governo para restabelecer o fluxo de financiamos forem eficazes.

Os planos para 2009 estão intactos. O grupo, que espera fechar o ano com faturamento líquido de R$ 700 milhões, aposta no aumento de 15% no volume de vendas para o setor agrícola, de 10% para indústria e planeja dobrar o faturamento com produtos de nutrição animal. "Não será o ano dos sonhos que esperávamos, mas ainda estou otimista", diz.

A Azul Linhas Aéreas Brasileiras, recém-criada pelo americano David Neelman, fundador da JetBlue, prepara a decolagem em plena tempestade, mas informa que não alterou seu planejamento. A previsão é iniciar as operações em dezembro, com US$ 200 milhões em investimentos. Em cinco anos, a empresa espera estar operando com 76 aeronaves em mais de 20 cidades do País. O diretor de Marketing da Azul, Gianfranco Beting, diz que a empresa está monitorando a conjuntura com cuidado, mas não alterará seus planos. "É um setor com ciclos de desenvolvimento longos.

Especializado na implantação de empreendimentos imobiliários de alto padrão, o empresário Adriano Carrijo, diretor-comercial da construtora goiana FGR, também diz que o principal projeto da empresa está mantido: a implantação de um conjunto de condomínios horizontais de alto luxo perto de Natal (RN), em sociedade com o cantor Zezé di Camargo, avaliado em R$ 550 milhões e com lançamento previsto para 2010. "De outubro para cá sentimos alguma retração nas vendas, mas acredito que seja apenas um movimento de cautela.

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