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Empresas e países apostam no 5G para viabilizar internet das coisas

Para os consumidores, o 5G deve trazer mais velocidade e mais uma banda mais larga para permitir o desenvolvimento do vídeo online, a realidade virtual e a chegada dos hologramas | JOSEP LAGO/AFP
Para os consumidores, o 5G deve trazer mais velocidade e mais uma banda mais larga para permitir o desenvolvimento do vídeo online, a realidade virtual e a chegada dos hologramas (Foto: JOSEP LAGO/AFP)

O 5G, tema central do Congresso Mundial de Telefonia Móvel (Mobile World Congress), que começou segunda-feira (22) em Barcelona, deverá aumentar a velocidade da internet mas, antes de tudo, chegará para organizar a convivência entre os smartphones e milhões de objetos conectados como carros e casas inteligentes.

“O 4G foi uma evolução do 3G, com uma banda mais larga e mais velocidade, mas com o mesmo ecossistema, enquanto que o 5G pretende habilitar toda uma série de usos que saem desse ecossistema, como a indústria 4.0 e os transportes, por exemplo”, explica Viktor Arvidsson, diretor estratégico da Ericsson na França.

Para os consumidores, o 5G deve trazer mais velocidade e mais uma banda mais larga para permitir o desenvolvimento do vídeo online, a realidade virtual e a chegada dos hologramas.

“Para os hologramas, precisamos de uma banda superior aos 10 gigabits por segundo (Gb/s), que as redes 4G não podem oferecer. Mas no futuro, o 5G poderá alcançar os 20 Gb/s. As pessoas adoram esse tipo de serviço inovador”, explica Minsoo Na, diretor de pesquisa e desenvolvimento da operadora sul-coreana SK Telecom.

Além das necessidades humanas, o principal objetivo do 5G é a esperada explosão da internet das coisas em campos variados como o de sensores, saúde, transporte e máquinas industriais, para os que o 4G não está adaptado.

“A rede deve adaptar-se ao mesmo tempo a bandas largas muito significativas e capacidades enormes assim como a milhões de objetos comunicando-se muito pouco e de maneira pouco frequente. Também tem que responder a necessidades críticas, que precisam de tempos de resposta extremamente curtos”, explica Frédéric Pujol, especialista de tecnologias de rádio e espectro da Idate.

Questão de milissegundos

Graças ao uso de um espectro de onda mais largo, de antenas cada vez mais numerosas e adaptadas a diferentes ondas de rádio e a uma maior convergência entre redes fixas e móveis, será possível agilizar a rapidez da transmissão, uma necessidade absoluta na internet das coisas.

“Será necessária uma rede com milissegundos de latência para o automóvel, por exemplo. Com o 4G, um veículo autônomo a 100 km/h precisará de três metros para acionar o freio enquanto que com o 5G só serão necessários alguns centímetros”, explica Mérouane Debbah, diretor matemático e algorítmico da Huawei em Paris. “Mas para isso precisaria de uma cobertura de 99,99% em qualquer ponto do globo”, completa.

Outro desafio é a autonomia do dispositivo. “Com o 4G, se oferecemos uma transmissão de 10 G/s, o smartphone fica sem bateria muito rapidamente. O 5G deverá responder esse tipo de problema e permitir também uma internet imersiva, que chegará com o vídeo 8K (de ultra alta definição) e com os capacetes de realidade virtual”, diz Debbah.

Esses diferentes usos, imaginados em 2014, abrem o apetite de investimentos em várias partes do mundo. Desenvolvê-los é o objetivo do programa europeu Metis 2020, integrado por cerca de trinta grupos europeus e mundiais a fim de definir os objetivos esperados do 5G.

Primeiros testes

Atualmente, a segunda etapa acontece por meio do consórcio público-privado Partenariat 5G (5GPPP), controlado pela Comissão Europeia, para desenvolver antes de 2018 as soluções técnicas para responder aos problemas ligados a esses usos.

A fim de chegar rapidamente a uma normalização do 5G, a União Europeia pode injetar até 700 milhões de euros no 5GPPP, que receberá outros 3 bilhões do setor privado.

“Para conseguir a liderança europeia, temos que trabalhar com os melhores do mundo, também fora da Europa, como Huawei, Intel, Qualcomm e outros”, explica Thibaut Kleiner, responsável pelas tecnologias de rede da Comissão Europeia.

A Europal, contudo, não é a única concorrente. A corrida entre as diferentes regiões já está em curso e a Ásia quer continuar sendo protagonista. Em 2018 está previsto um ensaio em grande escala na Coreia do Sul, por ocasião dos Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang, e em 2020 ocorrerá o mesmo no Japão durante os Jogos Olímpicos de Verão em Tóquio.

Os americanos também não querem ficar para trás: as operadoras Verizon e 1T&T anunciaram, em setembro e no início de fevereiro respectivamente, o lançamento dos primeiros testes de campo nesse mesmo ano.

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