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Haddad e Pacheco
Haddad e Pacheco chegaram a um acordo sobre desoneração, mas liminar do STF segue valendo para retomar tributação.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Empresas de 17 setores beneficiados pela desoneração da folha de pagamentos enfrentam incertezas jurídicas sobre o pagamento do tributo previsto para o dia 20 de maio. Isso porque, apesar do acordo fechado entre o governo e o Congresso, a liminar conseguida pelo governo que restabeleceu a reoneração segue em vigor, embora haja a sinalização de que a Receita Federal pode editar uma portaria adiando em cinco dias o prazo para o pagamento.

O senador Efraim Filho (União-PB) apresentou na quarta (15) o projeto de lei que formaliza o acordo entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) para manter a desoneração da folha em 2024.

O projeto prevê um aumento gradual da tributação a partir de 2025, incluindo um acréscimo de 1 ponto percentual na Cofins-Importação até 31 de dezembro de 2024, seguido de reduções progressivas nos anos seguintes -- 0,8% em 2025; 0,6% em 2026; e 0,4% em 2027.

A suspensão do prazo foi uma condição imposta pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para validar o acordo no STF após o ministro Cristiano Zanin suspender a desoneração com uma liminar. Atualmente, com a liminar em vigor, as empresas deveriam pagar a alíquota de 20% sobre a folha de salários.

Efraim Filho solicitou a Pacheco que o projeto seja votado no Senado nesta quinta (16), possibilitando a aprovação na Câmara até o dia 20. Pacheco, no entanto, não se comprometeu com a votação e nem pautou para a sessão do dia, às 11h, afirmando que espera discutir a questão com Haddad antes – no entanto, as agendas oficiais deles não apontam qualquer reunião neste sentido.

A Receita Federal comunicou que as declarações DCTFWeb/eSocial a serem apresentadas até esta quarta (15) poderão ser corrigidas posteriormente sem penalidades, considerando as negociações entre o Executivo e o Congresso.

Empresários defendem que a prorrogação do prazo por cinco dias permitiria uma solução definitiva junto ao ministro Zanin. Efraim Filho afirmou que, se o prazo não for estendido, o Congresso trabalhará para aprovar a proposta antes do dia 20.

“Queremos trabalhar com a expectativa de que até dia 20 essa solução esteja validada, votada e aprovada nas duas Casas do Congresso Nacional. Se for preciso um prazo de tempo maior, esperamos que haja uma portaria ou uma decisão administrativa suspendendo a cobrança”, declarou o senador à imprensa.

Paralelamente, a Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou ao STF, na noite de quarta (15), a suspensão por 60 dias da ação, com o argumento de que visa facilitar uma solução consensual sobre o tema.

No último dia 25 de abril, Zanin concedeu uma liminar à União suspendendo a prorrogação da desoneração aprovada pelo Congresso. O modelo permite que as empresas paguem alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta, em vez de 20% sobre a folha de salários. As alíquotas variam conforme o setor beneficiado.

A desoneração da folha de pagamentos foi introduzida em 2011 durante o governo de Dilma Rousseff (PT) e tem sido prorrogada várias vezes. A continuidade desse benefício é crucial para os setores contemplados, que argumentam que a medida é vital para a competitividade e manutenção de empregos.

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