Empresas precisam superar rivalidade e confiar nos concorrentes

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Para a atuação conjunta dar certo, é preciso que o empresário deixar de ver seu concorrente como rival. "O grande desafio é romper a barreira do individualismo e aprender a trabalhar coletivamente", orienta o consultor de cooperativismo e associativismo do Sebrae Paraná, Pedro César Santos. Segundo ele, a união entre pequenos contribui para a melhoria da capacidade de gestão, da qualificação de funcionários, da visão geral do mercado e, conseqüentemente, do faturamento.

O aprendizado do espírito coletivo nem sempre ocorre de forma suave. A empresária Rita de Cássia Graf, dona da Dentro d’ Água e participante do Grupo Filip, que reúne pequenos fabricantes de roupas de ginástica, praia e lingerie de Curitiba e região metropolitana, lembra o caso de uma pequena empresa de Curitiba que perdeu a oportunidade de exportar porque preferiu trabalhar sozinha. "Ela recebeu uma encomenda de 120 mil peças e, mesmo não tendo estrutura de produzir sozinha, deixou de dividir com o restante do grupo", conta. Resultado: a fábrica não conseguiu produzir o pedido dentro do prazo estipulado e perdeu o contrato.

O individualismo é o principal problema que pode comprometer o associativismo, afirma Santos. Outro fator que atrapalha o desempenho do grupo é a busca imediata de resultados. "O empresário não pode ter pressa", diz ele. O terceiro impedimento é a falta de envolvimento. As reuniões periódicas, orienta o consultor, são fundamentais para a busca de soluções conjuntas para o setor.

O Sebrae organiza núcleos de micro e pequenas empresas por meio do Programa Empreender, em parceria com associações comerciais. Segundo Santos, primeiramente as empresas de um mesmo segmento assistem a uma palestra sobre associativismo. Os interessados passam, então, por um treinamento e fazem um plano para o setor. Em seguida, os núcleos passam a discutir problemas e procurar soluções. Também são feitas discussões com órgãos de fiscalização e normatização, compras e vendas em conjunto, visitas e participação em feiras e missões, além de análises das empresas participantes. (AP)