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O site Miles or Buy www.upgradetravelbetter.com/milesorbuy ensina a dividir o preço da passagem pelo número de milhas exigido. Com o resultado acima de US$ 0,02, é melhor usar as milhas. Abaixo de US$ 0,017, compensa pagar a passagem porque o preço está bom e dá para acumular mais milhas.

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Como Fazer

Sites exigem tempo e paciência

Os "milheteiros" têm estratégias agressivas de acompanhamento dos sites de programas de fidelidade. "Tenho uma amiga que entra todo dia no site da Multiplus. Ela já viajou de primeira classe para o exterior sem pagar nada", conta o empresário Gustavo Kruger.

Em 2010, de acordo com o Banco Central, os brasileiros deixaram de resgatar 18% dos 591,2 bilhões de pontos gerados nos programas dos cartões de crédito. O valor expirado seria suficiente para emitir 5 milhões de bilhetes aéreos do Brasil para destinos da América do Sul.

Marcar o assento, no entanto, é tarefa para sortudos e pacientes. O Shopping Smiles pode ser acessado com a mesma senha do programa original, mas só informa a quantidade pontos que será gasta no resgate depois de o usuário selecionar o produto e enviar ao carrinho de compras. Se não concordar com o valor, é preciso cancelar a troca.

Na TAM, a marcação de passagens por pontos encaminha o usuário para outro ambiente virtual, o da Multiplus. Ali é preciso fazer uma certificação digital, cuja a senha é enviada pelo administrador. Com ela, o cliente faz a transferência dos pontos acumulados nos parceiros para a Multiplus e seleciona os itens que deseja trocar. Mas há limite de tempo para navegação, o que exige novo login quando a conexão é interrompida.

Usar as milhas acumuladas em programas de fidelidade para comprar passagens aéreas é o desejo de 80% dos quase 9 milhões de clientes da Smi­les, que reúne usuários da Gol e as parceiras Delta, KLM, Air France e Qatar. Mas se o saldo for insuficiente para pagar o trecho e o benefício estiver vencendo, dá para trocar por outro produto no Shopping Smiles, lançado neste mês. "A nova plataforma amplia a possibilidade de troca e acúmulo de milhas com mais de 30 parceiros", diz Flavio Vargas, diretor do Smiles.

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O modelo é semelhante à Multiplus, rede que reúne programas de fidelidade de diferentes empresas. Criada em 2010 a partir do Fidelidade da TAM, que detém 73% da empresa, a Multiplus tem 10,5 milhões de clientes. O usuário acumula créditos de acordo com seu relacionamento com 207 empresas parceiras. Os valores são convertidos em pontos e estes podem ser trocados por produtos e serviços.

"As companhias aéreas organizaram seus programas pelo modelo de coalização de empresas. Como vivem uma realidade muito turbulenta, sujeita a prejuízos, os programas se tornaram fundamentais entre as receitas auxiliares", diz o especialista em aviação comercial André Castellini, da consultoria Bain & Company. O presidente da Multiplus, Eduar­do Gouveia, diz que vê com bons olhos a ofensiva da Gol. "Quanto mais empresas atuando, mais o modelo de coalização se fortalece. É bom para a indústria", analisa.

A Multiplus emite 300 mil passagens aéreas por mês no sistema de pontos. E garante que basta ter assento disponível no voo para que o usuário consiga fazer a troca. Na prática, a marcação não parece tão fácil assim e depende muito do nível de relacionamento do cliente com o programa. Felipe Cunha, supervisor de Tecnologia da Informação, mantém três cartões de programas de fidelidade, tem média anual de 60 mil milhas e conseguiu viajar ao exterior nos últimos dois anos com o benefício. "Mas tenho muita dificuldade em marcar voos domésticos na TAM. No mínimo, com seis meses de antecedência", diz. Já o empresário Gustavo Kruger acumula, em média, 400 mil pontos por ano em três programas diferentes. "Sempre uso as milhas para viajar com a família e mesmo presentear funcionários. Fico atento às promoções no site e consigo marcar assentos nas datas desejadas".