Pesos pesados das telecomunicações e da tecnologia se uniram em grupos diferentes para atacar o modelo de negócios criado pela Apple. Eles aproveitaram o fato de a empresa americana não comparecer ao maior evento do setor, que começou ontem em Barcelona, para mostrar suas armas.
Quem atirou primeiro foram a Telefónica e a Mozilla. As duas anunciaram o projeto de uma nova plataforma para celulares, baseada em tecnologia HTML5. O alvo mais emblemático é o iOS, sistema operacional da Apple, que é "fechado", ou seja, não está aberto ao trabalho de desenvolvedores independentes. Mas o tiro atinge também o Google, que emulou alguns aspectos do modelo da Apple. Seu sistema operacional, o Android, domina o mercado ao lado do iOS a participação somada ronda os 70%.
Para criar uma opção aos dois, Telefónica e Mozilla vão desenvolver aplicativos e celulares. Nesses aparelhos, tudo será feito dentro de um ambiente de HTML5: ligações, envio de SMS, navegação na internet e jogos. O HTML5 é uma evolução do HTML, código que remonta à origem da internet global, nos anos 90. É dessa mesma época que se origina a Mozilla, fundação criada pela empresa que fez o primeiro grande navegador de internet do mundo, o Netscape.
Poucas horas depois, quem disparou na direção da Apple foi o Facebook. Foram dois tiros no primeiro, o chefe de tecnologia da rede social reforçou a corrente favorável ao HTML5 ao anunciar uma associação que vai criar padrões estáveis para ele um dos grandes trunfos do iOS. "Nosso objetivo é que qualquer smartphone produzido seja capaz de rodar o mesmo padrão de HTML5. Se conseguirmos, teremos um mercado gigantesco", diz Bret Taylor, diretor de tecnologia do Facebook. Para tal empreitada, o Facebook reuniu gente do quilate da Nokia, da Sony, da Samsung, da AT&T, da Vodafone e até da Microsoft.
Na sequência, outro ataque, desta vez ao coração do modelo tanto da Apple quanto do Google: o sistema de pagamentos baseado nas lojas "próprias" (App Store e Android Market). O Facebook busca uma ferramenta para impulsionar os pagamentos dentro da própria web. Para isso, precisa conseguir níveis de conforto e segurança parecidos aos das lojas próprias. Alguns sistemas atuais recorrem a códigos enviados por SMS ao consumidor, que tem então de digitar o número no computador. "O pagamento passará a ser apenas um passo para confirmar a compra", afirmou Taylor.
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