O uso de técnicas da neurociência aplicadas ao marketing para entender o processo de tomada de decisão de compra está se tornando cada vez mais comum entre as empresas. Conhecido como neuromarketing, esse ramo da ciência integrado aos negócios foca em estudar o funcionamento do cérebro do cliente para entregar produtos e campanhas publicitárias que impactem o consumidor.
No Brasil, a prática começou no início dos anos 2000 quando as empresas perceberam que era necessário conhecer o cliente antes de oferecer soluções. De lá para cá, o neuromarketing passou a ser utilizado para a criação de campanhas publicitárias, design de embalagens, desenvolvimento de produtos e serviços e na adoção de táticas de venda.
Segundo a professora de Ciências Sociais e do Consumo da ESPM, Vanessa Clarizia Marchesin, são quatro as principais técnicas da neurociência aplicadas aos negócios: eletroencefalograma (EEG), rastreamento ocular, mapeamento facial e ressonância magnética funcional.
Em comum, os quatro métodos analisam o comportamento do cérebro de um voluntário frente a estímulos como comerciais, gôndolas de supermercado e embalagens de produtos. O objetivo é entender quais são as reações e sentimentos do cliente para entregar soluções mais assertivas.
As pesquisas são conduzidas por equipes interdisciplinares que envolvem neurocientistas e profissionais de comunicação, marketing e criação. Durante o estudo, os voluntários não verbalizam sua opinião, pois toda a análise é feita com base nos sinais corporais e do cérebro.
“Empregando o neuromarketing, eu já sei qual é a sensação que meu produto irá causar no cliente antes de ir para o mercado”, afirma Marcelo Peruzzo, presidente no Brasil da Associação Mundial de Neuromarketing e CEO do Ipdo!s Neurobusiness.
Conhecido entre as grandes companhias, a grande barreira para a disseminação do neuromarketing entre os pequenos negócios é o custo. Peruzzo afirma que os preços para contratar uma consultoria especializada vão de R$ 45 mil até R$ 1 milhão, dependendo da complexidade da demanda.