Carros em concessionária de Curitiba: diminuição nos descontos do IPI influenciaram o crédito| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

Preço do dinheiro

Taxa média de juros para consumidores e empresas sobe em janeiro

A taxa média de juros para consumidores e empresas subiu em janeiro e interrompeu uma sequência de dez quedas consecutivas, de acordo com pesquisa mensal do Banco Central. O custo do crédito fechou o mês passado em 18,5% ao ano, ante 18% ao ano em dezembro de 2012. Em janeiro do ano passado, a taxa média estava em 23,7% ao ano. Apesar da redução de custos e do aumento da renda e do emprego no período, os números mostram que consumidores e empresas continuam com dificuldades para pagar suas contas. A inadimplência segue praticamente estável há um ano e ficou em 3,7% dos empréstimos no mês passado.

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Vedetes do mercado de crédito para pessoas físicas nos últimos anos, os empréstimos para compra de automóveis e aquisição de bens começaram 2013 em baixa. As concessões em janeiro caíram 8,3% e 19,6%, respectivamente, quando comparadas ao fim do ano passado. Na mesma direção foram as compras com cartão de crédito para pagamento à vista (queda de 11,3% no mês).

Em compensação, a modalidade de crédito consignado disparou. A alta de 32,9% nas concessões do mês comparativamente a dezembro último foi puxada pelos aposentados do INSS, que registraram incremento de 57%. A liberação de dinheiro nessa modalidade de crédito também foi maior para os trabalhadores do setor privado (alta de 38,6% no mês) e da área pública (22,3%).

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Para o chefe do Depar­tamento Econômico do BC, Túlio Maciel, a alta no consignado está vinculada ao fato de janeiro ser um período de gastos das famílias com material escolar e pagamento de impostos, após as despesas de fim de ano. O desembolso de R$ 11,3 bilhões no mês passado em consignados representa alta de 30,5% em relação a janeiro de 2012, quando o orçamento das famílias sofreu influência dos mesmos gastos.

Já a queda na liberação de crédito para compra de veículo no mês passado é atribuída pelo BC ao fato de os descontos de impostos concedidos pelo governo terem sido reduzidos. "Esse foi o primeiro mês de redução do desconto do IPI (Imposto sobre produto industrializado)", destacou Maciel.

Cheque Especial

Ao mesmo tempo em que recorreram ao consignado, modalidade que costuma ter menor custo, as famílias brasileiras também aumentaram o uso do cheque especial. Umas das alternativas de crédito mais cara do mercado, ele teve alta de 4,4% nos desembolsos do mês. A liberação de recursos nessa modalidade somou R$ 26,1 bilhões. O cartão de crédito apresentou queda de cerca de R$ 6 bilhões nas concessões do mês para compras com pagamento à vista. Já para as parceladas e para crédito rotativo, que são mais caras, apresentaram elevação moderada.