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Balanço

Encomendas locais sustentam expansão da indústria do Paraná

O ramo do vestuário liderou o crescimento da indústria paranaense em 2011 | Fábio Dias/ Gazeta do Povo
O ramo do vestuário liderou o crescimento da indústria paranaense em 2011 (Foto: Fábio Dias/ Gazeta do Povo)

O faturamento da indústria paranaense aumentou 5,8% em 2011 e completou três anos seguidos de crescimento. De acordo com a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), o resultado – mais modesto que os de 2009 (7,9%) e 2010 (6,5%) – foi impulsionado pela economia estadual, que cresceu em ritmo superior ao da média nacional.

Levantamento divulgado on­­tem pela Fiep mostra que as fábricas do estado nunca de­­pen­­deram tanto de seus conterrâneos: 41,5% das vendas foram feitas para clientes paranaenses, o maior índice já registrado. Com­pradores de outros estados responderam por 41,2% do faturamento e as exportações, por 17,3%. Foi apenas a segunda vez que a economia local respondeu pela maior parte das vendas – a primeira havia sido em 2009.

Na comparação com 2010, as vendas para clientes do Paraná aumentaram 12,6% no ano passado. O faturamento nos negócios com outros estados cresceu somente 3,2%. As receitas de exportação, por sua vez, diminuíram 2,4%.

Para o coordenador do De­­par­tamento Econômico da Fiep, Mau­rílio Schmitt, a valorização do real – que em 2011 oscilou em torno da cotação média de R$ 1,72 – "inviabiliza cada vez mais as ex­­portações, que atingiram a menor participação no destino de vendas desde 2000".

O peso do comércio com outros países vem diminuindo desde 2008, quando 25,6% das receitas da indústria paranaense vieram do mercado internacional. Naquele ano, clientes do Paraná responderam por 34,9% das receitas do setor e os de outros estados, por 39,6%.

O aumento das vendas da indústria se refletiu em contratações. O número de empregados do setor aumentou pelo segundo ano seguido: depois de um tombo de 3,6% em 2009, o quadro de pessoal aumentou 4,8% em 2010 e 3,4% no ano passado.

Segundo a Fiep, entre 2002 e 2011 nenhum outro estado do Sul e do Sudeste combinou números tão favoráveis de receita e emprego na indústria como o Paraná. O bom desempenho também se reflete nas estatísticas de produção física: nesse quesito, a indústria do estado cresce acima da média nacional há cinco anos.

Preocupação

Apesar dos bons resultados, Schmitt adverte que eles podem não durar muito tempo. Segundo ele, as vendas não subiram apenas em razão do crescimento de em­­prego e renda e das boas safras agrícolas dos últimos anos, mas também "pelo aumento significativo do crédito pessoal" – fenômeno que, na avaliação do economista, pode comprometer o consumo no futuro. "Os níveis excessivos de financiamento e a não solução de problemas clássicos da economia nacional, somados à crise internacional, indicam que esta onda de crescimento pode não se sustentar no médio e longo prazo", disse Schmitt.

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