Curitiba Cinqüenta exemplos de ações de desenvolvimento regional foram apresentados na terceira Conferência Internacional BAWB Brasil, promovida ontem e quinta-feira, em Curitiba, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Sistema Fiep do Paraná. O evento reuniu cerca de 600 pessoas para ouvir e debater histórias de empresas que contribuem de alguma forma para com regiões onde atuam.
A idéia do movimento BAWB (Negócios como Agentes de Benefício do Mundo, em inglês) é incentivar o desenvolvimento a partir de exemplos positivos. Segundo a diretora do movimento nos Estados Unidos, Judy Rogers, o projeto nasceu após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. A tragédia, disse ela, provocou uma onda de reflexão sobre responsabilidade social. "Nós falamos não só dos negócios como agentes em benefício do mundo, mas também de benefício mútuo", disse Judy, na abertura do evento.
O conceito do BAWB foi trazido ao Brasil pelo empresário Rodrigo da Rocha Loures, presidente da Fiep. Para ele, conseguir reunir tantas histórias positivas comprova o crescimento da percepção das empresas de que a saúde dos negócios é, também, a saúde da sociedade em geral. "É preciso acabar com a falsa crença de que os negócios só têm de beneficiar os acionistas", afirmou Rocha Loures. "Hoje a realidade é outra, e a empresa que não adotar postura e ações mais responsáveis estará sujeita a ser engolida pelo mercado."
A primeira história apresentada no encontro foi a da Fundação Orsa, o braço social do Grupo Orsa que atua nos ramos de papel e celulose em diversas regiões do país. Sérgio Amoroso, presidente do grupo e criador da fundação, apresentou oito ações que a instituição promove junto à comunidades onde mantém unidades industriais. Segundo ele, 1% do faturamento bruto da companhia é dedicado a programas de responsabilidade social.
Jovens
Outro caso de sucesso apresentado na conferência foi o da ONG Aliança Empreendedora, de Curitiba. Formada por jovens integrantes de empresas-júnior, a Aliança presta assessoria básica para pessoas carentes, novos negócios e treinamento de menor aprendiz. A organização recebe o apoio do Sesi, que investiu R$ 190 mil no projeto.
Grandes empresas, como Itaipu, Banco do Brasil, Brasil Telecom, Coca-Cola, Copel, Odebrecht, Petrobrás e WEG, também apresentaram seus trabalhos de responsabilidade social. Para o empresário Humberto Cabral, da Embafort, de Curitiba, que participa da conferência desde a primeira edição, em 2003, a programação deste ano comprovou que a visão das empresas brasileiras está se voltando para o social. "Quando falo que invisto 5,37% da minha receita em ações sociais, me chamam de louco. Mas aqui percebi que existem mais loucos como eu."
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