Curitiba Há três meses, Campo Largo foi a primeira cidade do país a receber o projeto-piloto Exporta Cidade, realizado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic) com a intenção de abrir as portas do mercado externo a micro, pequenos e médios empreendedores. Amanhã, esses empresários receberão um novo incentivo: a cidade será a sede do 98.º Encontro de Comércio Exterior (Encomex), evento do Mdic criado em 1997 que já passou por dezenas de capitais e pólos produtivos de todo o país. No encontro, eles poderão se informar e discutir alternativas sobre como inserir seus produtos no circuito internacional que já é explorado pelas grandes empresas do pólo cerâmico da região, mas ainda tem muito a oferecer às pequenas.
Durante o Encomex, os empreendedores poderão ser atendidos individualmente por representantes de diversas instituições, como o Sebrae/PR, Inpi, Inmetro e Centro de Comércio Exterior do Paraná (Cexpar). O evento também terá painéis relativos a ações, políticas e oportunidades de negócios e financiamentos para quem pretende vender seus produtos a outros países. "Entre outras coisas, Campo Largo foi escolhida por ser uma região que é a maior produtora de cerâmica e porcelana do país, mas que tem um desafio muito grande pela frente, que é competir com a China", explica o presidente do Cexpar, Zulfiro Bósio. "Hoje, os chineses contam com mão-de-obra barata e subsídios oficiais, mas isso pode mudar se o Brasil adotar salvaguardas", completa.
Oportunidade
Bósio vê no exterior uma grande oportunidade para os artesãos de Campo Largo. "Existe um nicho de mercado muito promissor a ser explorado por eles", comenta. Um exemplo de empresa que aposta nessa idéia é o Ateliê Marcelo Fedalto e Ânderson Otero. Em maio, quando o Exporta Cidade foi lançado, o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, se entusiasmou com o artesanato produzido pelo ateliê e deu uma série de sugestões aos sócios da empresa. Com o suporte do programa, eles estão preparando um catálogo em francês e inglês, enquanto especialistas cuidam do design das embalagens e estudam qual o melhor tipo de tinta para ser aplicado nos vasos e estatuetas que irão para a Europa.
Embora ainda não seja uma exportadora, a empresa, criada em 2003, já tem uma breve história de sucesso para contar. "No início éramos só eu e o Anderson, num pequeno ateliê. Eu com o conhecimento artístico e ele com o administrativo", diz Marcelo Fedalto, um dos sócios. Hoje com três funcionárias, a empresa ocupa um espaço de 70 metros quadrados e produz 10 mil peças por mês. Até o fim do ano, deve ficar pronto um barracão de 100 metros quadrados, voltado para a exportação, que vai ocupar outras 15 funcionárias e elevar a produção mensal do ateliê para 30 mil peças.
Serviço: O Encomex será realizado na Casa da Cultura de Campo Largo, na sexta-feira, a partir das 9 horas. Qualquer pessoa pode participar. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no site www.encomex.desenvolvimento.org.br. Informações nos telefones (41) 3292-4191 e 3291-5048.
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