O endividamento das famílias paulistanas registrou aumento de 7,5 pontos percentuais em dezembro, para 53,8%, em relação aos 46,3% do mesmo mês de 2012, de acordo com a Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo).

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Na comparação com novembro, quando o percentual foi de 52,1%, houve alta de 1,7 ponto percentual, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor.

Em números anuais, mais 269 mil famílias ficaram endividadas em dezembro - 1,928 milhão contra 1,659 milhão do mesmo mês de 2012.

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A alta do endividamento ao longo de 2013, segundo Fernanda Della Rosa, assessora econômica da Fecomercio-SP, foi provocada principalmente pelas pressões inflacionárias registradas no primeiro semestre, quando o IPCA (índice oficial de inflação) chegou a bater 6,7% em junho, acima do teto da meta estipulada pelo governo.

"Com isso, as famílias buscam novas formas de financiamento para manter o padrão de consumo, elevando o comprometimento da renda com dívidas, em um nível maior do que apresentados no ano anterior", afirma.

Para Della Rosa, a alta em relação a novembro pode ter sido causada por gastos estruturais com reformas de imóveis, devido à proximidade do Natal, e com a antecipação de compras de viagens de férias.

Ela demonstra preocupação com o nível de endividamento das famílias em janeiro. "O Natal tem uma sazonalidade bem marcante em termos de gastos e, com isso, há uma tendência de apertar o orçamento do consumidor no começo do ano", afirma.

O começo do ano também traz impostos (IPTU e IPVA) e gastos com material escolar, que podem comprometer o orçamento familiar por até seis meses, lembra.

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"Em geral, a gente nota que o consumidor está um pouco mais controlado. Toda essa questão do planejamento financeiro está disseminada", afirma Della Rosa.

Renda

O aumento do endividamento foi maior, proporcionalmente falando, entre os que ganham até dez salários-mínimos, de 57,6%, ante 42,7% entre os que recebem mais de dez salários-mínimos.

Segundo a Federação, isso demonstra que "as famílias com renda mais baixa sentem mais rápido os efeitos da alta dos preços e, por isso, aumentam o seu nível de endividamento através de crédito para manter os atuais padrões de consumo".

E o cartão de crédito é o principal vilão dos endividados da capital paulista, representando 73,9% das dívidas. Entre quem ganha até dez salários-mínimos, o percentual de endividados com esse meio de pagamento sobe para 78,3%, ante 61,2% para aqueles que recebem mais que dez salários-mínimos.

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Os carnês vêm em segundo lugar, com 17%, enquanto o financiamento de carro representa 16,4%.