O endividamento das famílias no mês de dezembro mês recuou ante novembro - de 63,2% para 62,2% - mas foi o maior para um mês de dezembro desde 2010, início da série histórica da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), calculada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). De acordo com a economista da CNC, Marianne Hanson, o dado confirma o que ocorreu durante todo o ano de 2013, em que o porcentual de endividados foi maior que em 2012.
Apesar disso, o perfil das dívidas da família brasileira melhorou com a adesão a modalidades de crédito com prazos de pagamento mais longo, risco e juros menores, como crédito consignado, financiamento habitacional e de veículos. "Há um perfil mais favorável para as dívidas, porém as famílias continuaram tomando crédito e vão começar 2014 mais endividadas" diz Marianne. Embora a concessão de crédito venha crescendo de forma mais moderada, o nível de endividamento das famílias foi pressionado em 2013 por, entre outros fatores, a redução dos ganhos reais de salário.
Em dezembro, o cartão de crédito continuou sendo apontado como um dos principais tipos de dívida por 76,4% das famílias endividadas, seguido por carnês, para 16,9%, e, em terceiro, por financiamento de carro, para 12,6%.
Dados da CNC apontam, entretanto, que as modalidades de crédito de mais longo prazo vêm ganhando espaço nas contas dos brasileiros. Na média de 2013, 5,2% das famílias apontaram ter dívidas com crédito consignado; 12,2% com carros e 6,1% com casa. Em 2012 essa média era de 4%, 11,5% e 4,5%, respectivamente. No início da pesquisa, em 2010, apenas 3,9% relatavam ter dívidas com crédito consignado, 10,3%, com o financiamento de veículos e 3,2%, com imóveis.
De acordo com Marianne Hanson, a CNC não enxerga uma disparada da inadimplência. Segundo ela, as famílias entrevistadas reportaram uma perspectiva mais otimista sobre sua capacidade de pagamento das dívidas. Além disso, a capacidade de endividamento do brasileiro já está naturalmente limitada. Em dezembro, a parcela da renda comprometida com dívidas chegou a 30,2%. Mas na média do ano houve um comprometimento levemente menor: a fatia foi de 29,4% em 2013 ante 30% em todo ano de 2012.
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