Os valores já estavam sendo cobrados de clientes de distribuidoras que tiveram seus reajustes aprovados pela Aneel| Foto: Christian Rizzi/Gazeta do Povo

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) retirou cerca de R$ 1 bilhão de empréstimos subsidiados dados à Eletrobras por meio da conta de luz. O valor refere-se a financiamentos concedidos à estatal no âmbito do fundo setorial RGR (Reserva Global de Reversão) que, na prática, estavam sendo concedidos pelos consumidores de energia.

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Os valores já estavam sendo cobrados de clientes de distribuidoras que tiveram seus reajustes aprovados pela Aneel. Com a retirada, esses consumidores deverão ser ressarcidos. O impacto, no entanto, é inferior a 1% na conta de luz.

A agência acatou os recursos da Abrace (Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia) e da Light (distribuidora da Grande Rio), que denunciaram a ilegalidade do subsídio.

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As duas entidades alegam que o MME (Ministério de Minas e Energia) utilizou os consumidores como financiadores da Eletrobras, pois a estatal só poderia utilizar a RGR caso houvesse dinheiro sobrando no fundo. Não é o caso.

Todos os recursos da RGR foram raspados pelo governo Dilma para pagar a antecipação da renovação das concessões de geradores e transmissores de energia em 2012. Desde então, a RGR nunca foi recomposta.

O MME, enquanto chefiado pelo agora senador Eduardo Braga (PMDB-AM), pretendia alimentar o caixa de distribuidoras de energia, em especial as que atendem os chamados “sistemas isolados” – áreas da região Norte que não estão ligadas ao Sistema Interligado Nacional.

Essas distribuidoras possuem uma operação mais cara do que as do resto do país, pois quase toda a eletricidade da região é gerada por usinas térmicas.

Para ajudar na gestão financeira, o MME pediu no final do ano passado que a Aneel adicionasse à CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) – um encargo cobrado na conta de luz – R$ 1,093 bilhão sob a rubrica “Financiamentos Concedidos - RGR”.

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Decisão

A decisão de retirar esse valor da conta de luz é uma reversão do entendimento que a Aneel teve em fevereiro, quando julgou a questão pela primeira vez. Naquele momento, a diretoria da Aneel aprovou a cobrança do subsídio.

Por outro lado, a decisão corrobora um entendimento dado em maio sobre um caso que envolvia a gestão da RGR pela Eletrobras.

A Aneel cobrou uma conta bilionária da estatal após entender que Eletrobras lucrou cerca de R$ 1,9 bilhão entre 1998 e 2008 ao gerenciar o fundo. Quando corrigido, esse valor chega a R$ 7 bilhões.