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| Foto: MANDEL NGAN / AFP

Enquanto alguns países da Europa já se preparam para dar adeus aos veículos à combustão, o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer para tornar sua frota mais verde– hoje são cerca de 2,5 mil veículos apenas num universo de mais de 40 milhões de automóveis. Por enquanto, temos isenção de 35% do imposto de importação para carros elétricos e híbridos. Além disso, está em tramitação no Senado um projeto de lei que dá um bônus para a aquisição de carros exclusivamente elétricos. O benefício é equivalente à parcela do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) que cabe à União.

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Mas será preciso ir além, defendem especialistas. “Infelizmente o Brasil não é uma Noruega. Carro elétrico é política pública. Depende de incentivos, regulação e, não menos importante, infraestrutura”, afirma Ricardo Takahira, membro da Comissão Técnica de Veículos Elétricos e Híbridos da SAE BRASIL (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade).

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É preciso, criar um ecossistema favorável em três frentes: indústria, infraestrutura e mercado. “Nossa economia é muito dependente da indústria automotiva. Os veículos a combustão têm uma cadeia produtiva completa no país. Essa transição tem de ser feita de forma planejada. Para conseguir colocar o carro elétrico na prateleira do consumidor brasileiro, precisamos de leis e subsídios do governo”, afirma Ricardo Guggisberg, presidente da Associação Brasileira dos Veículos Elétricos (ABVE).

“Brasil será arrastado”

Por esta, e outras razões, a universalização desse novo modelo de mobilidade que vemos surgir se dará de forma bastante assimétrica no Brasil, acredita Wanderlei Marinho, professor convidado de pós-graduação em engenharia automotiva do Instituto Mauá de Tecnologia. Pelo lado da conectividade, por exemplo, a parte da infraestrutura vai prescindir de um sistema de comunicação eficiente, com internet rápida para permitir o grande fluxo de dados e informações que esses novos sistemas vão exigir. “O Brasil será arrastado para esse processo, mas isso não é completamente ruim”, afirma. Segundo ele, o fato de não estarmos na vanguarda traz a oportunidade de implantar um processo mais amadurecido no país. Mas é preciso começar logo.

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