O preço elevado faz com que os carros elétricos ainda sejam uma raridade na maioria dos países. Mas isso deve mudar – e mais rápido do que se imaginava.
Graças a redução contínua do preço das baterias, os veículos elétricos e híbridos devem ganhar escala e se tornar mais baratos que os tradicionais modelos a gasolina ou diesel já nos próximos seis anos, segundo uma pesquisa da Blommberg New Energy Finance (BNEF).
As projeções são ainda melhores para as próximas décadas. Até 2040, as vendas de veículos movidos à eletricidade devem chegar a 41 milhões de exemplares, o equivalente a 35% das vendas totais de modelos novos leves. Hoje, o mercado global de carros elétricos não chega a 1%.
No ano passado, vendas de modelos com plugue cresceram 60%, atingindo 462 mil modelos, exatamente a mesma taxa projetada pela Tesla para as vendas até 2020, segundo o estudo da BNEF. Boa parte do desempenho do mercado é reflexo do barateamento das baterias. Responsáveis por um terço do custo de construção de um carro elétrico, elas tiveram um recuo de 35% no preço no último ano.
Nos próximos anos, os planos da Tesla, Chevy e Nissan incluem a venda de carros elétricos de longo alcance na faixa de US$ 30 mil. Outras montadoras e empesas de tecnologia também estão investindo bilhões em novos modelos que devem ganhar o mercado.
Com isso, será preciso pensar em oferta extra de energia para abastecer a nova frota de carros com carregadores. Pela projeção, em 2040, os carros elétricos devem consumir 1.900 terawatt-hora de eletricidade, de acordo com BNEF. Isso é equivalente a 10% da eletricidade produzida no mundo em 2015.
Neste contexto de grande demanda, a boa notícia vem do avanço notável das fontes de energia renováveis em todo o mundo. Em 2015, foram acrescentados 152 GW de energia renovável à matriz mundial, segundo dados da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena).
Segundo o BNEF, entre 2016 e 2040 serão investidos cerca 7,8 trilhões de dólares nas energias verdes a nível mundial. No mesmo período, as energias fósseis atrairão 2,1 trilhões de dólares, principalmente nos países emergentes.