Na China, o improvável ganha condições de virar realidade. Por lá, criar painéis solares que geram energia a partir da chuva já é possível. A novidade vem sendo desenvolvida por um grupo de pesquisadores das universidades do Oceano, em Qingdao, e Yunnan, em Kunming, e pretende transformar a água que cai nas placas em eletricidade.
Para atingir o feito, a equipe utiliza o grafeno, um nanomaterial descoberto em 2004. Por suas altas propriedades de condução e resistência, ele promete estar cada vez mais presente nas tecnologias de um futuro breve. O projeto usa uma folha do material, que cobre sutilmente as células solares. Em contato com a chuva, o composto químico filtra o sal existente na água e o transforma em íons de cálcio, sódio e amônio. Juntos, eles formam o que os cientistas chamam de “pseudoimpulsionador”, permitindo a geração de eletricidade em dias de sol abundante, mas também nos chuvosos.
Em testes preliminares, a inovação registrou eficiência de produção energética de 6,53%. O índice ainda é visto como baixo, mas as expectativas são para que a tecnologia impulsione ainda mais inovações no setor de energias renováveis. Por enquanto, a China – que já é um dos principais países na produção de painéis solares – faz planos para triplicar a capacidade de geração energética a partir de fontes solares para 143 gigawatts até 2020.
Grafeno
São intensos os estudos globais para utilização do grafeno em tecnologias. Além de sua alta capacidade de filtrar líquidos, ele conduz eletricidade 100 vezes mais rápido que o silício e é 200 vezes mais forte que o aço. Essas características favorecem seu aproveitamento em diferentes tecnologias, como na produção de raquetes de tênis, equipamentos eletrônicos e até preservativos. A Nokia, por exemplo, anunciou recentemente investimento de US$ 1,35 bilhão em estudos envolvendo o grafeno. LG, Samsung e Apple também costumam aportar recursos em pesquisas com o composto.