Depois de meia década investindo em sistemas de transmissão de energia a milhares de quilômetros do Paraná, a Copel quer agora dar a meia-volta. Para reduzir custos operacionais, a companhia avalia se desfazer de ativos em regiões distantes e concentrar sua atuação no Paraná e estados próximos.
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As informações são do diretor de Finanças e Relações com Investidores da companhia, Luiz Eduardo Sebastiani. O executivo confirmou a intenção de trocar ou vender participações na área de transmissão em um ofício enviado na manhã desta quinta-feira (25) à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que questionou a estatal sobre um texto publicado pela agência Reuters.
A Copel admitiu que mantém conversas com a estatal federal Eletrosul para avaliar a troca de participações das duas companhias, para que a empresa paranaense “fique com empreendimentos mais próximos do Paraná e não tenha redução de receitas”.
A Copel também estuda vender os sistemas construídos em parceria com a chinesa State Grid, que ficam no Centro-Oeste. A estatal é dona de 49% desses ativos, nos quais investiu quase R$ 1,8 bilhão. São 1,6 mil quilômetros de linhas de transmissão e quatro subestações cuja operação vai garantir à estatal, a partir deste ano, uma receita anual de R$ 143 milhões.
Também está nos planos a venda de uma linha de 365 quilômetros no Maranhão, que rende R$ 18 milhões ao ano à Copel. Nesse caso, a companhia detém 49% do consórcio formado com a espanhola Elecnor.
Outro ativo no Nordeste é uma linha de 967 quilômetros em fase final de construção que, quando ficar pronta, vai gerar à Copel uma receita anual de R$ 22 milhões. A estatal investiu R$ 249 milhões nesse sistema, do qual detém 24,5%, em parceria com Furnas (24,5%) e State Grid (51%).
Além dos empreendimentos já citados, a Copel está construindo, sozinha ou em parceria, 1,9 mil quilômetros de linhas nos estados do Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais. A estatal está investindo R$ 2,4 bilhões nesses ativos, que terão receita anual de R$ 313 milhões.
Gastos e atrasos
Embora a Copel tenha aumentado suas receitas ao atravessar as divisas do estado, a estratégia gerou despesas elevadas e alguma dor de cabeça com atrasos nas obras dos linhões, em especial nos dois consórcios com a State Grid. Um ano atrás, a Copel decidiu aportar R$ 100 milhões nesses empreendimentos, no que foi seguida pelos chineses, para acelerar as obras. Há dois meses, já na fase final de construção, o BNDES liberou R$ 440 milhões para financiar os empreendimentos.