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Mobilidade

Elétrico, autônomo, conectado e compartilhado: conheça o carro do futuro

 | Divulgação/Volvo

Entrar no seu carro e dirigir até o trabalho enquanto dá aquela olhadela no smartphone; passar no posto de gasolina; perder tempo precioso em busca de uma vaga para estacionar. Esqueça tudo isso. Dentro de cinco ou dez anos, no máximo, o nosso modo de ir e vir será totalmente reconfigurado por veículos elétricos, autônomos, conectados e compartilhados que prometem tornar os carros que conhecemos tão obsoletos quanto uma carroça. Parece exagero, mas esta revolução já começou e, cedo ou tarde, vai chegar por aqui.

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Os veículos de um futuro bem próximo caminham para rodar apenas com energia elétrica e nenhuma interferência humana. A evolução da tecnologia vai permitir ao motorista tirar os olhos da estrada e fixá-los em outros conteúdos e distrações enquanto é levado ao seu destino. O pano de fundo desta revolução tecnológica é uma mudança igualmente importante no comportamento das novas gerações de consumidores, que tem levado as empresas a buscarem novos modelos de negócios para se adaptar ao fim do veículo como um objeto de consumo e a clientes ultraconectados.

“Uma parcela crescente de consumidores já se sente confortável para dividir o automóvel com outras pessoas, principalmente em mercados mais desenvolvidos e maduros”, avalia Marcelo Cioffi, sócio da PWC Brasil. “Em vez de comprar um carro para ficar boa parte do tempo ocioso, o consumidor vai adquirir um pacote de mobilidade adaptado ao seu perfil. Isso significa menos veículos nas ruas, menos congestionamentos, menos emissões”, argumenta Wanderlei Marinho, professor convidado de pós-graduação em engenharia automotiva do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT).

Pontapé

Pelo lado da fronteira tecnológica, o pontapé desta revolução que colocou de ponta cabeça a indústria automobilística mundial começou no ecossistema do Vale do Silício, pelas mãos do Google, com seu projeto de carro 100% autônomo, e, especialmente da Tesla. Ao lançar seu primeiro veículo elétrico com produção em série – o sedã de luxo Model S – a empresa criada em 2003 deu o primeiro passo em direção à popularização dos carros elétricos. O novo salto veio no ano passado, quando a fabricante introduziu em seus modelos comerciais um sistema semiautônomo de direção, o Autopilot, que pode assumir até 90% das funções de direção do veículo, embora não descarte a presença de um motorista.

“A Tesla não é uma montadora tradicional, como as outras. Ela está na vanguarda das inovações tecnológicas e tendências dessa indústria, e despertou todo o setor para isso”, afirma o engenheiro Ricardo Takahira, membro da Comissão Técnica de Veículos Elétricos e Híbridos da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE) Brasil. Para Cioffi, a fabricante materializa o conceito de internet das coisas, inteligência artificial e indústria 4.0, que são os fios condutores dessa revolução tecnológica do setor.

As montadoras centenárias, por sua vez, já entenderam que é preciso ir além de fabricar carros. Sozinhas ou em parceria com empresas de tecnologia, cada uma no seu quadrado e com sua expertise, entraram para valer na corrida da eletromobilidade, direção autônoma, conectividade e compartilhamento de veículos. Pelo menos 19 empresas apresentaram modelos dirigidos por computador no Salão de Paris, onde os autônomos foram sensação. Na opinião de Marinho, a corrida é menos tecnológica e mais estratégica, por novos modelos de negócio que atendam as necessidades dos consumidores.

De olho na mudança de perfil das novas gerações, as empresas também estão investimento em serviços de transporte e plataformas de compartilhamento de veículos. O Grupo PSA (Peugeot e Citroën e DS) lançou o Free2Move. A Mercedez-Bens tem o Car2Go. Pelo lado da conectividade, lançou a iniciativa Community Base Parking, que usa a comunicação entre veículos para encontrar vagas de estacionamento. A Ford fez parceria com uma empresa de compartilhamento de bicicletas.

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