O leilão de linhas de transmissão realizado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) nesta quarta-feira (13) em São Paulo ofertou 24 lotes, sendo que 14 foram concedidos.
O diretor da Aneel, José Jurhosa, disse que o deságio médio nas receitas estimadas para cada empreendimento foi de 2,6% e, além disso, 56% dos investimentos previstos serão realizados pelos vencedores do leilão.
O governo esperava conceder 6,5 mil quilômetros de linhas de transmissão que demandariam investimentos totais de R$ 12 bilhões.
O leilão foi além das expectativas do governo. “Olhando o país do jeito que está, ter investimentos em infraestrutura de quase R$ 9 bilhões, é realmente muito positivo”, disse o Jurhosa.
Esse foi o maior leilão realizado pela Aneel e teve a participação de grupos médios e desconhecidos do setor elétrico. “A forma como estruturamos esse leilão com lotes menores permitiu que empresas não tradicionais participassem do processo. Isso para nós é muito interessante. A diversificação é muito importante”, ressaltou o diretor da Aneel.
A chinesa State Grid do Brasil levou dois lotes nesse leilão, sendo um o C, no Mato Grosso, que prevê a construção de 1 mil quilômetros de linha de transmissão e vai ajudar no escoamento da produção da Usina Teles Pires (PA). Para este projeto, a empresa prevê uma receita média anual de R$ 334,56 milhões, sem deságio na oferta. Já o lote O, a chinesa ofereceu um deságio de 5,29% no faturamento estimado por ano, chegando a R$ 58,21 milhões. A receita teto era de R$ 61,47 milhões. “Foram dois grandes lotes. Nossa participação não foi tímida. Estamos sempre olhando novos negócios, principalmente em transmissão”, disse o vice-presidente da companhia, Ramon Haddad.
O Fundo de investimentos Pátria arrematou o maior lote desse leilão, o A, que prevê a construção de 1,126 mil quilômetros de linha, para ligar os estados do Piauí, Ceará e Maranhão, e quatro subestações. Em nota, o fundo informou que prevê investir R$ 2 bilhões no empreendimento e deverá escoar a energia gerada pelos parques eólicos do Nordeste do país. “O setor de energia é parte central das teses de investimentos do Pátria. Percebemos que o setor de transmissão se tornou oportuno com o aprimoramento da estrutura de risco e retorno, nos levando a esse primeiro investimento”, disse, em nota, o diretor da área de infraestrutura do Pátria Investimentos, Marcelo Souza.
O lote I, que compreende a construção de 20 quilômetros de linhas de transmissão no Rio Grande do Norte, foi o mais disputado. Apesar de pequeno, a rodada foi para o viva-voz e foram 237 ofertas, sendo que a Alupar saiu vencedora com um deságio de 11,01% para a receita anual estimada.
“Para os lotes que não saíram nesse leilão, vamos fazer um ajuste para que possamos novamente ofertá-los no próximo leilão em julho. Principalmente o Lote B que é uma importante interligação com os dos bipolos, tanto o que vem de Belo Monte, quanto o que vem do Madeira. Esse, com toda certeza, estará no próximo processo. Mas, é bom ressaltar que valores não serão modificados. Os arranjos serão feitos no tamanho de cada lote. Às vezes, temos que desmembrar alguns empreendimentos para atrair nos participantes”, disse Jurhosa da Aneel.
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