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Energia

Ganhos de eficiência vão fazer energia solar caber no seu bolso

Em função do custo elevado, células solares com  grande capacidade de conversão ainda são utilizadas  apenas em tecnologias complexas, como satélites. | Nasa
Em função do custo elevado, células solares com grande capacidade de conversão ainda são utilizadas apenas em tecnologias complexas, como satélites. (Foto: Nasa)

Uma revolução em curso no setor fotovoltaico deve colocar a energia solar em um novo patamar nos próximos anos. O desenvolvimento de células solares mais eficientes para produção em larga escala, aliado ao surgimento de novas estruturas baseadas no uso de filmes finos, plásticos orgânicos e até tintas, pode popularizar e energia do sol e ampliar o mercado para essa fonte. Para isso, contudo, será preciso vencer a barreira do preço.

Protagonista da primeira geração de materiais fotovoltaicos, o silício monocristalino, ainda domina 90% da produção de painéis solares no mundo. O elemento, extraído de minerais como o quartzo, é encontrado em abundância em diversos países e vem permitindo melhorias em termos de eficiência das células que transformam raios solares em potencial energético. Desde 1952, os índices cresceram exponencialmente. Na época, uma célula exposta a 100% de radiação solar, transformava apenas 0,5% do total em energia. Até o fim da década, o porcentual havia crescido para 6%. Hoje, o índice já fica em torno de 16,5% e 18%. Em testes laboratoriais, as células solares chegaram a revelar desempenho de 25%.

Rodrigo Lopes Sauaia, doutor em engenharia de materiais e diretor da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), diz que, apesar de a melhora nos resultados ser positiva, quanto maior o desempenho alcançado por uma célula, mais caro e trabalhoso foi o processo de purificação pelo qual o silício teve de passar. Por consequência, maior é o preço da estrutura que gera energia.

“Em países que dominam a tecnologia, o acesso aos módulos solares tende a ser mais facilitado, mas em outros, como o Brasil, que depende da importação das estruturas e ainda lida com a carência de apoio público, ocorre o contrário”, diz.

Ele também conta que células com capacidades de conversão acima de 20%, quando deixam as fases de testes e chegam ao mercado, ainda são aproveitadas apenas no desenvolvimento de tecnologias complexas, como em construções de satélites, por exemplo. “São investimentos muito altos. Repassá-los ao consumidor seria inviável”, explica.

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