A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) chegou a um acordo para cortar a produção de petróleo — o primeiro desde 2008, informam as agências Reuters e Bloomberg News, citando fontes do grupo. O trato coincide com o acertado na Argélia em setembro, quando os membros do cartel estabeleceram um teto de 32,5 milhões de barris de petróleo por dia (bpd). O nível atual é de 33,6 milhões bpd.
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As cotações da commodity têm forte alta, de quase 8%, desde esta manhã, quando começou o encontro do cartel, em Viena, e rumores deram conta de que o entendimento estaria próximo. Em Londres, o barril do tipo Brent, referência para o mercado brasileiro, saltam 7,76%, a US$ 49,98, atenuando um pouco os ganhos — mais cedo, chegou a retomar o patamar de US$ 50. Em Nova York, o barril do tipo WTI ganha 7,19%, a US$ 48,48.
No início do encontro, Khalid al-Falih, ministro da Energia da Arábia Saudita, maior exportador mundial da commodity, declarou que o cartel, de 14 membros, afirmou que a Opep estava perto de chegar a um acordo para limitar a produção e que o país estava preparado para aceitar “um grande impacto” na sua própria produção, aceintando que o Irã congele a produção em níveis anteriores às sanções.
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“Isso significa que nós (sauditas) vamos fazer um grande corte e sofrer grande impacto na nossa atual produção e na nossa previsão para 2017. Mas nós não iremos fazer isso caso não tenhamos certeza de que há consenso e um acordo para atender todos os princípios.”
Os comentários do ministro saudita podem ser vistos como um recuo do país, que nas últimas semanas vinha insistindo que o Irã deveria participar integralmente de qualquer corte de produção. Confrontos entre os dois países têm dominado as reuniões mais recentes da Opep.
Falih também disse que a Opep está focada na redução de produção para teto de 32,5 milhões de barris por dia (bpd), ou corte de mais de um milhão de bpd, e espera que a Rússia e outros países de fora do cartel possam contribuir com corte de 600 mil bpd adicionais.
Na terça-feira, o Irã escreveu à Opep que queria que a Arábia Saudita cortasse produção em até um milhão de bpd, mais do que Riad estava disposta a oferecer, disseram fontes que viram a carta. Contudo, o tom mudou na agora. “Estou otimista”, disse o ministro de Petróleo do Irã, Bijan Zanganeh, acrescentando que não houve nenhum pedido para que o Irã corte produção. Ele também afirmou que a Rússia está pronta para reduzir produção.
O ministro do Petróleo da Argélia, Nourredine Bouterfa, afirmou que tem “99% de certeza” de que haverá um acordo para o corte de produção, conforme o “Financial Times”. A Venezuela também vê “sinais muito positivos” de que haverá entendimentos, conforme Eulogio del Pino, ministro do Petróleo.