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ENERGIA

Pela primeira vez, países emergentes lideram investimentos em energia renovável

Placas de energia solar na Costa Rica: investimentos reduzem emissões de gás carbônico. | ra/ms/RODRIGO ARANGUA
Placas de energia solar na Costa Rica: investimentos reduzem emissões de gás carbônico. (Foto: ra/ms/RODRIGO ARANGUA)

Em 2015, os investimentos nas tecnologias limpas bateram recorde no mundo e, pela primeira vez, foram maiores nos países em desenvolvimento do que nos desenvolvidos. No ano passado, o montante global investido em energias renováveis foi de US$ 286 bilhões , mais de seis vezes superior a 2004, segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU).

INFOGRÁFICO: Veja evolução de investimentos no setor.

Desse total, US$ 156,3 bilhões – 19% a mais que em 2014 – foram aportados por economias emergentes. China, Índia e Brasil aumentaram os investimentos em 16% (chegando a US$ 120,2 bilhões) e os demais países, como África do Sul, México e Chile, viveram um salto de 30% em comparação ao ano anterior, dedicando US$ 36,1 bilhões do total investido pelas nações em desenvolvimento.

O aumento nos investimentos globais e a penetração das tecnologias de energias renováveis em mercados emergentes são importantes para a redução nas emissões de gases do efeito estufa. Pelo acordo assinado no ano passado na Conferência do Clima da ONU (COP-21), em Paris, as nações se comprometeram a adotar medidas para combater as mudanças climáticas e manter o índice de aquecimento global dentro do limite de 1,5ºC.

Para Ricardo Baitelo, doutor em planejamento energético e coordenador de clima e energia do Greenpeace Brasil, para o ideal ser alcançado, é necessário que os países dediquem, a cada ano, mais recursos às tecnologias limpas e não diminuam a atenção aos investimentos. “Reduzir significativamente o uso de combustíveis fósseis não apenas nas termoelétricas, mas nos setores de transporte e na indústria também é fundamental. Temos os próximos 20 anos para fazer isso. O desafio não é pequeno, mas com muita disposição e apoio público podemos avançar”, indica.

Quedas e ascensões

A China foi o principal responsável pela alteração do cenário. O país asiático elevou os gastos com as tecnologias limpas – que foram de US$ 102,9 bilhões – em 17%. O valor representa mais de um terço do total global.

As nações desenvolvidas, por outro lado, reduziram os investimentos em 8% em relação a 2014. A Europa, por exemplo, revelou redução líquida de 21%, com apenas US$ 48 bilhões gastos em 2015. O valor foi o mais baixo registrado nos últimos nove anos. Atrás da China, um distante segundo lugar foi conquistado pelos Estados Unidos, que registraram aumento de 19% em energias renováveis, ao investirem, no ano passado, US$ 44,1 bilhões nas tecnologias.

Em 2015, as tecnologias limpas foram responsáveis por pouco mais de 10% da geração energética mundial. Ao longo do ano, também segundo o relatório, a condição evitou a emissão de 1,5 milhão de toneladas de gás carbônico (CO2).

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