Duas mil placas fotovoltaicas instaladas em 4,7 mil m de telhado formam a maior usina solar construída em um telhado no Brasil. A instalação faz parte do projeto de sustentabilidade implantado na sede brasileira da empresa argentina de comércio eletrônico Mercado Livre, na cidade de Osasco, em São Paulo. Com a instalação, o empreendimento empresarial passa a ter capacidade de produzir até 700 MWh por ano, energia equivalente ao consumo médio anual de 360 residências.
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A obra realizada pela Pratil, empresa de soluções do grupo italiano Enel, tem potência total instalada de 0,5 MWp – o suficiente para suprir metade do consumo energético anual da empresa. A usina solar foi construída em sistema de geração distribuída que possibilita a produção de até 95% do consumo de um cliente residencial ou empresarial; os outros 5% que não são abatidos da fatura de luz são compostos por custos de encargos do setor, como imposto de iluminação e disponibilidade da rede.
A obra no telhado da sede do Mercado Livre foi realizada em três meses, diz Rafael Coelho, gerente da unidade de geração distribuída da Pratil. “A instalação é rápida, limpa e interfere pouco no edifício e atividades do dia a dia da empresa. Como o material é modular, é possível aumentar ou diminuir a equipe de trabalho para oferecer a velocidade que o cliente deseja para a entrega da obra”, afirma o gerente.
Os sistemas de energia solar aplicados em telhados são de fácil manutenção, uma vez que não têm engrenagens e, portanto, não possuem componentes que precisam de lubrificação. Rafael Coelho lembra ainda que “essas obras são compostas por partes móveis e, justamente por isso, a manutenção acaba sendo barata. A inclinação dos painéis também facilita para que a própria água da chuva faça a lavagem da superfície e não acumule folhas e sujeira”.
Energia solar privada
O mercado de geração de energia solar privado teve crescimento de 300% entre 2014 e 2015, de acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). Fazem parte deste segmento as usinas residenciais, comerciais e industriais.
Segundo o gerente da unidade de Geração Distribuída da Pratil, Rafael Coelho, “a instalação em empreendimentos brasileiros comerciais e industriais já alcançou 644 unidades cadastradas na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e esperamos um crescimento ainda maior nos próximos anos”.
Ele explica que a possibilidade de abater no valor da energia consumida e o payback (tempo de retorno do investimento) da obra são os maiores incentivos. “Um pequeno e médio empresário consegue ter o retorno do investimento em cinco a seis anos. Grandes empresas, como as industriais, obtêm o payback em até 10 anos”, lembra Rafael.