Entusiasta das energias renováveis, o engenheiro eletricista Alex Back cansou de ver as dificuldade de comunicação entre fornecedores e consumidores no mercado de geração distribuída de energia. Para resolver esse problema, trabalhou por nove meses na concepção do projeto Avanka, uma plataforma on-line de negociação para unir essas duas pontas soltas no mercado.
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A startup curitibana ainda está nos primeiros passos da operação, mas já está cadastrando todos os consumidores e fornecedores interessados em comercializar o excedente de energia gerado. Back garante que o ritmo de cadastro, tanto de clientes quanto de fornecedores, está avançado em vários estados, não só no Paraná.
De acordo com o engenheiro, é importante que essa etapa de cadastros seja feita com cautela, afinal é preciso encontrar um fornecedor que esteja na mesma região de distribuição do consumidor. “Ainda não existe essa possibilidade de intercâmbio de energia entre as concessionárias, então nosso trabalho nessa fase também envolve isso: encontrar fornecedores e consumidores na mesma área”, explica.
A previsão do fundador é de que a primeira versão da plataforma de negociações, atualmente em fase de testes, seja colocada no ar em março de 2017. O foco é atuar no Brasil inteiro.
Número de fornecedores
Quando se fala em microgeração e minigeração de energia renovável, casos em que ela pode ser comercializada no mercado de geração distribuída, a preocupação é o número de fornecedores desse tipo de energia. Back garante, porém, que essa não é uma barreira que a Avanka está encontrando.
“Tenho experiência de 10 anos como consultor no mercado de energia renovável, conheço um bom número de fornecedores. Além disso, enxergo um potencial de crescimento gigantesco e rápido desse mercado”, enfatiza.
A grande dificuldade, segundo ele, tem sido tirar todas as dúvidas sobre a geração distribuída, um mercado ainda recente. “Quem estava se preparando para investir em geração pensava primeiro em mercado livre ou leilão. Agora há também esse interesse na geração distribuída, o que traz algumas dúvidas”, explica Back.
Em relação aos consumidores, o engenheiro também afirma que não deve ter grandes dificuldades, já que o foco é um mercado grande: pequenas e médias empresas, além de condomínios residenciais. “Os consumidores em contato com a gente estão um tanto inquietos, eu diria. Eles têm muito interesse em negociar melhores preços da energia e a plataforma vai facilitar isso”, finaliza Back.
Geração distribuída
Desde março de 2016, quando a nova resolução para a geração distribuída passou a vigorar, o consumidor de energia pode ser também fornecedor. Os brasileiros que possuem um sistema de mini ou microgeração podem compartilhar a energia excedente usando a rede de distribuição das concessionárias. De acordo com a regulamentação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), se enquadram nessa categoria projetos de geração com capacidade instalada de até 5.000 kW ou 3.000 kw no caso de fontes hídricas.