As tarifas de energia elétrica, principal fonte de fôlego da inflação este ano, continuaram pressionando o orçamento das famílias no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) de agosto. O item registrou aumento de 2,60%, graças a reajustes em três regiões, e adicionou sozinho 0,10 ponto porcentual à inflação, que ficou em 0,43% neste mês, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o maior impacto positivo individual no índice.
Nas regiões metropolitanas de São Paulo, o aumento nas tarifas de energia ficou em 7,43% no mês de agosto, em função do reajuste de 17,00% aplicado por uma das empresas de abastecimento a partir do dia 04 de julho. Em Curitiba, a alta de 5,03% reflete a parte final do reajuste de 14,39%, em vigência desde 24 de junho. Já em Belém, o avanço de 0,42% foi provocado pelo reajuste de 7,47%, em vigor desde 07 de agosto.
A energia mais cara, aliada a outros itens que pressionaram o bolso dos consumidores, levou as despesas com a Habitação a avançarem 1,02% no IPCA-15 de agosto. Trata-se do resultado mais elevado entre os nove grupos investigados pelo IBGE.
Além da energia, a taxa de água e esgoto subiu 1,39%, em função de reajustes em quatro regiões. Os aumentos ocorreram nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro (4,33%), onde houve reajuste de 9,98% em 1º de agosto; de Porto Alegre (2,11%), com reajuste de 7,60% em vigor desde 1º de julho; e de Recife (0,80%), com reajuste de 3,51% desde o dia 20 de junho; além de Goiânia (10,73%), com reajuste médio de 20% em vigor desde o dia 1º de julho.
Nesse grupo, houve ainda pressão dos serviços de mão de obra para pequenos reparos (0,82%), do condomínio (0,72%) e do aluguel residencial (0,39%).
Grupos
Cinco dos nove grupos do IPCA-15 registraram desaceleração em agosto. O principal destaque foram os Transportes, cujos preços cederam 0,46% neste mês, graças às passagens aéreas, ao etanol e aos automóveis, todos mais baratos.
O grupo Despesas Pessoais desacelerou de 0,83% em julho para alta de 0,73%. Apesar de avançar menos, alguns itens pressionaram a classe, como empregado doméstico (0,54%) e serviço bancário (2,14%).
Também desaceleraram os grupos Habitação (de 1,15% para 1,02%), apesar do impacto de reajustes na energia elétrica e na taxa de água e esgoto; Alimentação e Bebidas (0,64% para 0,45%); e Comunicação (0,59% para 0,11%).
Por outro lado, quatro classes de despesa avançaram num ritmo mais intenso em agosto. Em Saúde e Cuidados Pessoais (0,80% para 0,83%), a pressão veio das mensalidades de plano de saúde (1,08%) e dos artigos de higiene pessoal (1,44%). Já os Artigos de Residência avançaram 0,73% em agosto, contra 0,47% em julho, com destaque para TV, som e informática (1,92%) e mobiliário (0,95%).
Também aceleraram os grupos Educação (0,10% para 0,78%), em função de reajustes de mensalidades, e Vestuário (-0,06% para 0,01%).