O vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET), Felipe Coutinho, disse nesta sexta (20) que o mercado brasileiro de combustíveis está bem posicionado para lidar com as consequências da guerra de Israel contra o Hamas e o risco de desabastecimento ou de alta no preço dos combustíveis. Foi uma reação a declarações do presidente da estatal, Jean Paul Prates, de possíveis impactos do conflito no mercado brasileiro.
Prates afirmou, em declarações ao longo da semana, que a guerra está ocorrendo em uma região de menor importância para o suprimento mundial de petróleo. Ele também mencionou que um possível alastramento do conflito, envolvendo outras nações do Oriente Médio, poderia ter impactos na oferta de petróleo.
Na última quarta (18), Prates disse que, se outros países do Oriente Médio entrarem no conflito, poderá ser formada uma “tempestade perfeita” para o os combustíveis. O preço do petróleo vem oscilando desde o início da guerra, e chegou aos US$ 92 na semana, mas fechou a sexta (20) cotado a US$ 88 no mercado internacional.
No entanto, o vice-presidente da AEPET ressaltou que o Brasil é superavitário na produção de petróleo, exportando diariamente 1,5 milhão de barris, o que representa cerca de 45% da produção nacional. Ele enfatizou a capacidade de refino do Brasil, alinhada com a demanda por produtos derivados de combustíveis no país.
“O Brasil é, de fato, superavitário na produção de petróleo e tem uma capacidade de refino que está em linha, muito próxima, com a capacidade de demanda por produtos derivados dos combustíveis no Brasil. Uma necessidade de importação residual, caso aconteça, pode ser feita pela Petrobrás”, afirmou em um vídeo publicado nas redes sociais (veja na íntegra).
Ele argumentou que o Brasil está bem posicionado devido à autossuficiência na produção de petróleo, à capacidade de refino e à capacidade de importação de combustíveis pela companhia. “A Petrobrás pode garantir o abastecimento do mercado nacional a menores custos possíveis”, acrescentou.
Coutinho também fez críticas à nova política de preços da Petrobrás, alegando que, apesar do anúncio de mudanças, a política de preços paritários de importação ainda é mantida na prática. Ele destacou a necessidade de maior transparência e coerência na comunicação da estatal sobre sua política de preços.
Na última quarta (18), Prates reconheceu que o preço dos combustíveis está alto no Brasil, mas que ainda está acompanhando o avanço da cotação do petróleo no mercado internacional e da guerra no Oriente Médio.
Ele disse, ainda, que a Petrobras está “administrando a crise anterior a essa”, do fim da isenção de impostos federais como PIS e Cofins em março e que, desde então, o preço subiu “por várias circunstâncias que se coordenaram para isso”.
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