A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aprovaram a decisão tomada pelo Banco Central (BC), na noite desta quarta-feira (16), de deixar a taxa básica de juros em 7,25% ao ano. Em nota, as instituições afirmam que, para o setor varejista, a manutenção da taxa Selic em um piso histórico era prevista e reflete a preocupação do governo em dar continuidade à política de expansão do crédito no Brasil.
"A decisão do Banco Central mostra que a taxa de juros não deve ser usada como remédio para conter a inflação neste ano. O governo deve trabalhar com outras ferramentas para controlar os preços, como a valorização da taxa de câmbio e a desoneração tributária", declarou o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, no texto distribuído à imprensa.
Para a CNDL, um possível aumento da taxa básica para frear a inflação, como especulavam alguns analistas, só iria inibir os investimentos da iniciativa privada. "Elevar os juros para conter a alta dos preços reduz investimentos e uma possível expansão do crédito, peça-chave para fomentar o consumo", defende Pellizzaro Junior.
ACSP
A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) considera que a decisão do Copom reflete uma atitude de cautela da autoridade monetária. "Os indicadores do nível de atividade e a continuidade do cenário de incerteza que poderiam explicar uma redução da taxa, mas, de outro lado, as pressões inflacionárias recentes parecem justificar a decisão de manter a Selic no mesmo patamar", disse em comunicado o presidente da instituição, Rogério Amato.
"É preciso aguardar a ata da reunião para se ter uma ideia clara da visão da autoridade monetária sobre a situação da economia brasileira", completou Amato. O documento sobre a reunião será divulgado na quinta-feira da próxima semana (24).
FecomercioSP
Para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o Copom agiu de forma acertada devido ao momento econômico. Para a entidade, a decisão é "razoável" porque não haveria mais espaço para redução da taxa básica de juros enquanto a inflação permanecer acima do centro da meta de inflação (4,5%) e o cenário internacional continuar incerto. "O entrave é que o BC não pode, ao mesmo tempo, mirar na inflação, no custo da dívida pública e no estímulo à economia", observou a entidade.
Dentro desse cenário, a FecomercioSP avaliou que é "provável" uma elevação da taxa básica de juros em 2013 e que ao fim do ano esteja entre 8,5% e 9%. A federação destaca que a elevação talvez seja necessária para não deixar o IPCA (índice de referência do sistema oficial de meta inflacionária) escapar do controle. Na visão da entidade, quanto mais o BC demorar em comunicar sua real preocupação com a inflação, mais custoso será o controle desse problema.
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