Registro da greve dos caminhoneiros de 2018: congelamento do ICMS sobre os combustíveis por 90 dias não desmobiliza greve marcada para segunda-feira (1º)| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Líderes dos caminhoneiros que convocaram greve da categoria a partir desta segunda-feira (1º) mantêm os chamados de paralisação em todo o país, mesmo após o governo federal obter liminares na Justiça em vários estados que proíbem o bloqueio de rodovias e que estabelecem multas para os que desobedecerem as determinações.

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Plinio Dias, presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), disse que desconhece as determinações da Justiça e que os caminhoneiros continuam mobilizados. Ele reforçou também que os organizadores não incentivam que os caminhoneiros fechem rodovias, mas que se reúnam em postos de combustíveis ou que fiquem em casa.

Sobre as decisões judiciais, Dias reclamou que o governo não entrou na Justiça para impedir manifestações de caminhoneiros em apoio ao presidente Jair Bolsonaro no dia 7 de Setembro. “Por que o governo apoia esse tipo de gente e não apoia mais de meio milhão de caminhoneiros autônomos que lutam pela sobrevivência? De que lado o governo está?”, questionou.

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O posicionamento de Dias é compartilhado por Carlos Alberto Litti Dahmer, presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga (Sindicam) de Ijuí e diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL). Em entrevista ao jornal gaúcho Correio do Povo, Litti disse que as liminares são uma forma de o estado “querer intimidar” o movimento grevista dos caminhoneiros.

“É importante lembrar que, no dia 7 de setembro, houve uma grande mobilização nacional, chamada pelo presidente da República, inclusive, e não vi nenhum interdito proibitório. Agora, quando os trabalhadores querem sair em busca dos seus direitos, que são negados, não pode”, disse Dahmer. Ambos também reclamam da falta de engajamento do governo com as demandas das entidades que convocaram a paralisação.

Wallace Landim, presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), também reforçou neste domingo (31) a convocação para a greve. Em um vídeo publicado em suas redes sociais, ele pede apoio aos caminhoneiros.

“A partir de amanhã [dia 1º], vamos cruzar os braços. Você que não está aguentando mais essa situação, o preço do combustível, as nossas leis que a gente conquistou e não estão sendo cumpridas, a Lei 13.703 [Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas], a lei da planilha de custo, aposentadoria especial, marco regulatório, BR do mar, DT-e [Documento de Transporte Eletrônico] e todas as outras coisas, vem junto com a gente”, afirma o líder da Abrava, conhecido como Chorão.

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Apesar de a convocação para a greve ter sido mantida, há entidades do setor que recomendam que seus associados não participem da paralisação. A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), por exemplo, anunciou nesta sexta-feira (29) não vai apoiar a paralisação.