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Comércio

Entidades mundiais pedem compromisso contra protecionismo

O secretário-geral da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Angel Gurria, o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, e o diretor-geral da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), Supachai Panitchpakdi, pediram que os governos do G-20 se comprometam fortemente com a abertura do comércio e do investimento, na medida em que a economia global começa a se recuperar. O G-20, que se reunirá em Pittsburgh (EUA) nos dias 24 e 25, reúne as 20 maiores economias do mundo.

Os representantes das entidades disseram que o aumento do desemprego significa que a expansão de medidas protecionistas continua uma ameaça. "Não se pode considerar que a crise global já tenha acabado, apesar das indicações recentes de recuperação econômica em algumas partes do mundo", afirmaram. "O crescente desemprego resultante da crise continuará a estimular pressões protecionistas nos próximos anos.

Os três diretores acrescentaram que os líderes do G-20 devem "concretizar" seu pedido para a conclusão da rodada Doha de negociações comerciais. Para eles, muitos dos programas para resolver a crise, que foram colocados em prática por membros do G-20, têm um viés em favor dos produtores domésticos, o que deve ser revertido na medida em que esses países começarem a adotar estratégias de saída. "É fundamental que os governos comecem a planejar uma estratégia de saída coordenada, que eliminará esses elementos assim que possível", afirmaram.

Os representantes disseram ainda que não há indicações de forte aumento do protecionismo como reação à crise, mas afirmaram que medidas tarifárias e não-tarifárias, subsídios e procedimentos administrativos que encarecem as importações foram aplicados nos últimos meses, atuando como "areia no motor do comércio internacional, o que pode retardar a recuperação global".

A decisão do governo norte-americano anunciada na última sexta-feira, de impor sobretaxas aos pneus fabricados na China durante os próximos três anos, provocaram novo receio de que a crise econômica venha a elevar as tensões comerciais. Domingo (13), a China indicou que pode restringir as importações de produtos automotivos e aviários provenientes dos EUA. As três agências preveem que o volume de comércio mundial cairá 10% em 2009, enquanto os fluxos de investimento estrangeiro direto deverão recuar entre 30% e 40%.

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