Coordenadas pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), 22 entidades empresariais lançaram nesta terça (6) uma agenda com propostas para a retomada dos investimentos no setor de petróleo, que vem sofrendo com a queda dos preços internacionais e com a crise financeira da Petrobras.
A agenda, que será entregue na próxima semana ao ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, propõe o fim da exclusividade da Petrobras no pré-sal, um calendário regular de leilões de petróleo, a definição de uma política industrial para fornecedores do setor e mudanças nas regras do conteúdo local.
Entre os objetivos está ampliar a participação de empresas privadas no setor e melhorar a competitividade dos fornecedores locais de bens e serviços. O grupo inclui desde o Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), que reúne as petroleiras, a associações de empresas fornecedoras de bens e serviços e federações estaduais de indústrias.
“Nosso objetivo é perseguir permanentemente a melhoria do ambiente de negócios”, disse o presidente da Onip, Elói Fernandez.
O setor mostra preocupação com a redução de investimentos da Petrobras, que anunciou na última segunda-feira novo corte nas projeções de gastos, agora de US$ 11 bilhões para investimentos e US$ 8 bilhões para gastos gerenciáveis.
“Quem tem cliente único está sentindo muito. A Petrobras parou de comprar”, disse o presidente executivo da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso Dias Cardoso.
“Não podemos depender nunca de uma única empresa. A crise do preço não nos assusta, já passamos por isso algumas vezes no passado. O que precisamos é ajustar o modelo para ter uma política mais robusta para o petróleo e gás”, reforçou o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviço de Petróleo (Abespetro), Paulo Cesar Martins.
Os signatários defendem que a lista de propostas é de fácil execução e teria como resultado melhorar a atratividade do país para o investimento estrangeiro no setor de petróleo. A proposta mais polêmica já está em discussão no Congresso: uma mudança na lei do pré-sal, que permita que empresas privadas explorem áreas hoje reservadas à Petrobras.
“Com essa crise, é importante que o país descubra setores que não têm muita relação com o mercado interno. E o setor de petróleo é o mais importante deles, pois pode ser voltado para exportação e carrega uma gigantesca cadeia produtiva instalada no país”, argumentou o presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira.
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