A Associação dos Produtores Independentes de Energia Elétrica (Apine) enviou carta ao secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia pedindo para que a revisão da garantia física das hidrelétricas não seja feita às pressas. A garantia física é a quantidade de energia que cada usina pode vender e sua revisão acontece periodicamente. Agentes do setor afirmam que o Tribunal de Contas da União vem pressionado para que essa revisão seja feita até o fim do ano. O tema é controverso. Agentes avaliam que uma revisão pode levar ao rebaixamento da garantia física das usinas e deixar as geradoras ainda mais expostas, já que teriam que recorrer à compra de energia adicional a altos preços para honrar contratos já fechados. "Recalcular a garantia física envolve vários parâmetros e incertezas, depende do envolvimento, da participação dos agentes, de audiência pública, e fazer neste ano não seria conveniente", disse Luiz Fernando Vianna, da Apine. Mário Menel, da Associação Brasileira de Investidores em Autoprodução de Energia (Abiape), considera que uma redução da garantia física só seria interessante para os geradores se acompanhada de redução de contratos de energia em vigor. "Mas essa é uma possibilidade remota, porque estamos falando em racionamento. Teria que ter um mecanismo semelhante, cujos efeitos fossem semelhantes, mas não fosse essa a solução", disse.
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