A entrada de dólares no país já supera a saída de recursos em US$ 34,66 bilhões em 2011, segundo dados do Banco Central divulgados ontem e que consideram o fluxo cambial até a última sexta-feira. O valor é 42% maior que o verificado em todo o ano de 2010. Na terça-feira, o presidente do BC, Alexandre Tombini, havia afirmado que a maior parte desse dinheiro se refere a investimentos estrangeiros em empresas e empréstimos obtidos por companhias e bancos brasileiros fora do país.
Somente em março, entraram US$ 11,7 bilhões no país. Desse total, US$ 7,4 bilhões foram comprados pelo BC, sendo US$ 3,054 bilhões só na semana passada. No mercado a termo (com entrega de moeda em uma data futura), as intervenções elevaram as reservas no mês em US$ 279 milhões.
No ano, a instituição já adquiriu US$ 24,4 bilhões, quase 60% do que foi adquirido em todo o ano passado. Tombini também afirmou anteontem que a perspectiva é de que o volume de reservas internacionais continue crescendo nos próximos anos por conta dessas aquisições. Na terça-feira, elas haviam chegado a US$ 316,3 bilhões. O BC estima que esse "seguro contra crises" tem um custo de R$ 26 bilhões por ano.