O ingresso de dólares na economia brasileira somou US$ 750 milhões na semana passada, segundo números divulgados nesta terça-feira (26) pelo Banco Central. Já no acumulado deste ano, a entrada de dólares na economia brasileira chegou à marca dos US$ 50 bilhões.

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O resultado semanal, no entanto, registrou queda frente à forte entrada de US$ 8,6 bilhões verificada na semana anterior, ocasionada pela medida do BC que obrigou os bancos a reduzir sua posição vendida no mercado de câmbio.

Na parcial de julho, até a última sexta-feira (22), o ingresso total de recursos na economia brasileira somou US$ 10,87 bilhões, ainda de acordo com números da autoridade monetária.Acumulado do ano

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Na parcial até a última sexta-feira (22), o ingresso de divisas na economia brasileira, de acordo com a autoridade monetária, totalizou US$ 50,7 bilhões, com crescimento de 108% frente ao ingresso de recursos registrado em todo ano passado (+US$ 24,35 bilhões).

A entrada de dólares, na parcial de 2011, já é a segunda maior da história, mesmo sem o ano ter acabado, ficando abaixo apenas de 2007. Em todo aquele ano, US$ 87,45 bilhões ingressaram na economia brasileira.

Impacto na cotação do dólar

O ingresso de recursos no país, segundo analistas, teria correlação com a queda do dólar. A lógica seria que, com mais dólares no Brasil, o seu preço ficaria menor.

Dólar baixo, por sua vez, gera perda de competitividade para as empresas brasileiras, uma vez que torna as exportações mais caras e as compras do exterior mais baratas. Justamente para combater esse ingresso de divisas, o governo lançou mão de várias medidas nos últimos meses.

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Na avaliação de alguns economistas, porém, a especulação dos bancos no mercado futuro também teria contribuído para o dólar baixo. Tanto que em junho, segundo eles, houve mais saída do que entrada de recursos no Brasil, no valor de US$ 2,55 bilhões, e, mesmo assim, o dólar recuou para R$ 1,55. Nesta segunda-feira (25), a moeda norte-americana fechou abaixo de R$ 1,55, no menor valor, pelo menos, desde 1999.

Preocupação e medidas já adotadasPara tentar conter a queda do dólar, em meio à farta disponibilidade de recursos provenientes do exterior, o minsitro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta terça-feira que governo vai intensificar a defesa comercial do país para evitar que o mercado doméstico seja ocupado por produtos importados.

Segundo ele, a "guerra cambial", que é o esforço de alguns países para desvalorizar suas moedas e tornar seus produtos mais competitivos, não vai "derrotar" o Brasil.

Para tentar conter a queda do dólar, o BC anunciou uma medida para baixar a posição vendida dos bancos no mercado de câmbio neste mês. No começo de 2011, o Banco Central anunciou uma medida semelhante, também para tentar baixar a posição vendida dos bancos no mercado de câmbio, que alcançou a marca de US$ 16,8 bilhões no mês de dezembro.

Antes disso, em outubro do ano passado, o Ministério da Fazenda anunciou a elevação do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) para aplicações de estrangeiros em renda fixa no país de 2% para 4%. No mesmo mês, subiu de novo o tributo para 6%, e estendeu sua cobrança às operações no mercado futuro (derivativos).

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A autoridade monetária também anunciou, no começo de 2011, que voltaria a atuar com contratos de "swap cambial reverso" - operações que equivalem à compra de divisas no mercado futuro. A decisão que foi aplaudida pelo ministro Guido Mantega, uma vez que as aquisições no mercado futuro contribuem para uma queda menor, ou aumento do dólar, no mercado à vista.

Além disso, o governo também já autorizou, embora ainda não tenha utilizado este instrumento, a possibilidade de o fundo soberano brasileiro comprar moeda norte-americana nos mercados à vista e, também futuro.