A persistente entrada de recursos no mercado doméstico levou o dólar a encerrar a sexta-feira em queda frente ao real, movimento fortalecido ainda pelo recuo da moeda norte-americana no cenário externo.
O dólar caiu 0,45 por cento, a 1,779 real na venda, variando entre alta de 1,01 por cento e baixa de 0,73 por cento ao longo da sessão.
"O dólar chegou a abrir em alta, mas uma entrada mais forte de estrangeiro na parte da tarde levou a moeda para baixo", disse a operadora de câmbio Roseli Braga, da SLW Corretora.
A moeda dos Estados Unidos iniciou o dia em alta, refletindo a maior aversão a risco após a divulgação de que os cortes de postos de trabalho nos EUA superaram as estimativas em setembro. Mas, ainda no final da manhã, a intensificação de ingressos de recursos permitiu que o dólar invertesse o movimento e passasse a operar em queda.
Colaborou para essa reversão o fato de o dólar também ter voltado a se depreciar no mercado internacional. No final da tarde, a moeda norte-americana cedia 0,2 por cento ante uma cesta com as principais divisas mundiais, também recuando frente às de países emergentes, como o peso mexicano e o rand sul-africano.
De forma geral, profissionais do mercado sustentam a ideia de que a tendência do dólar no curto e médio prazos ainda é de queda, principalmente devido a perspectivas de entradas de dólares por meio de ofertas de ações e emissões de dívida.
"Mas temos de lembrar que ainda estamos num momento de crise, em que altas pontuais do dólar poderão ser vistas, principalmente se a economia mundial não der sinais mais fortes de recuperação", avaliou o operador de câmbio Marcos Forgione, da B&T Corretora de Câmbio.
A Bradesco Corretora segue a expectativa de baixa do dólar no curto prazo, acreditando, contudo, que a moeda deve terminar 2009 acima dos atuais níveis.
"A combinação de ingressos por emissões de bônus e ações de empresas importantes nos levou à seguinte avaliação: apesar de mantermos a previsão de 1,90 real por dólar para o final do ano, vemos a divisa chegando a 1,70 real por dólar no curto prazo", considerou a equipe de analistas da corretora em relatório.
O fluxo positivo mais forte nesta sessão elevou o volume de negócios. Segundo dados da BM&FBovespa, o giro interbancário somava cerca de 3,8 bilhões de dólares às 16h23, em operações com liquidação em dois dias (D+2). Para efeito comparativo, a média diária em setembro foi de 2,1 bilhões de dólares.