São Paulo – A inflação está em alta e continua pressionada pelos alimentos. Dois de três indicadores divulgados ontem, Índice de Preços ao Consumidor – Disponibilidade Interna (IGP-DI) e o Índice de Custo de Vida (ICV) do Dieese apontam nessa direção. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o indicador oficial de inflação e que sairá hoje, também deve confirmar a tendência.

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O IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas (FGV) subiu em agosto 1,39%, ante uma elevação de 0,37% em julho. Foi o resultado mais elevado para o índice desde maio de 2004, quando o indicador havia avançado 1,46%. "A maioria dos aumentos de preços está direta ou indiretamente relacionada ao setor agropecuário", disse o coordenador de análises econômicas da FGV, Salomão Quadros. Ele destacou que 90% da formação da inflação no atacado, que subiu 1,96%, resultou dos produtos agropecuários. Com isso, entre 55% e 60% da taxa do IGP-DI veio do campo.

Quadros observou que muitos produtos agropecuários estão enfrentando problemas de entressafra e de forte demanda interna e externa. Como exemplo, ele citou a continuidade da elevação de preços do leite no atacado, que subiu 13,85% em agosto ante 8 91% em julho. No caso das commodities, o destaque foi para a soja, que subiu 8,06% agosto ante 1,67% em julho; do trigo (de 2,87% para 9,89%) e o fim das deflações em café (de -0,61% para 6,65%) e em milho (de -0,68% para 12,29%), de julho para agosto. O repasse da alta dos preços agropecuários no atacado para o varejo "vai se intensificar", alertou. Para ele, após uma alta de 1,39% no IGP-DI de agosto, vai demorar um pouco até que se volte a registrar taxas muito baixas.

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O ICV do Dieese é outro indicador que mostra que a inflação está em alta, passando do terreno negativo para o positivo no último mês. Em julho, o ICV registrou deflação de 0,30%. Em agosto, a alta foi de 0,40%.