Rio de Janeiro (AG) Pelo que se viu durante o Congresso Mundial 3GSM, a TV no celular será algo extremamente popular em pouco tempo. "Em cinco anos, este será o jeito de os jovens verem TV", arrisca Mark Selby, vice-presidente de multimídia da Nokia.
Com tantas boas premonições, as fabricantes se assanharam. Só a Nokia apresentou 15 novos modelos, dos básicos aos avançados, em três faixas de preços. O 6136, por exemplo, transmitirá a conversa via VoIP automaticamente quando o usuário estiver próximo a um hotspot wi-fi (espaços públicos de conexão à internet sem fio, muito comuns na Europa e nos Estados Unidos, mas ainda engatinhando no Brasil). O aparelho volta para a rede celular de sua operadora nas demais ocasiões. Já a Motorola, além de lançar vários modelos, está empenhada em continuar vendendo acessórios que impeçam o sujeito de segurar o aparelho. Óculos bluetooth, por exemplo.
Quantas e quais dessas coisinhas chegarão ao Brasil e a que preço? Depende de negociações entre fabricantes e operadoras, ou seja, subsídios e perfil de mercado.
Área restrita
Por falar em entretenimento, fez muito sucesso a área restrita a empresas que oferecem conteúdo adulto em vídeos, jogos e chats, tudo na versão celular. Nada a estranhar, afinal é um mercado muito antigo e lucrativo: tanto na Europa como nos EUA e na Coréia, esse tipo de aplicativo compete palmo a palmo com games e músicas pela liderança no tráfego de dados via celular.
A grande manha de tudo é mostrar que os celulares ganham definitivamente o status de gente grande, graças ao 3G. É coisa que, pelo que a gente vê hoje, não funcionará tão cedo aqui nos trópicos. E mesmo na Europa há controvérsias. Há quem lembre, por exemplo, que operadoras investem milhões de euros em redes ou serviços muito além das necessidades dos clientes. Afinal, só uns 3% dos celulares estariam habilitados para a terceira geração. E até porque os aparelhos são caros. Pode ser, mas é a velha história: no mundo cyber-tech-etc, quem dá o primeiro lance tende a sair ganhando.