Responsáveis pela proposta de fusão do Pão de Açúcar e das operações brasileiras do varejista francês Carrefour fizeram uma ofensiva no Congresso nesta semana para explicar a negociação para os parlamentares e tentar anular resistências à operação. Representantes da Estater procuraram líderes de partidos governistas e oposicionistas para defender o negócio. A Estater é uma consultoria financeira, conhecida por ser uma "butique de investimentos", e que está por trás das grandes empreitadas da empresa de Abílio Diniz.
Segundo parlamentares, um dos principais pontos que a Estater tratou nesses encontros com os líderes foi a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na operação. A reação contra o uso de dinheiro do contribuinte no negócio foi imediata em vários segmentos econômicos e até mesmo dentro do governo. Por isso, a Estater alegou que o BNDES não irá financiar a fusão e que a participação da instituição seria por meio de uma sociedade com o BNDESPar, o braço de investimentos do banco de fomento, segundo relato dos deputados visitados.
Minoritários
O BTG Pactual e os banqueiros que assessoram o Casino no Brasil também estão vendendo seu peixe aos acionistas minoritários do Pão de Açúcar. Representantes do BTG começaram a procurar os gestores dos fundos de investimento que têm papéis da rede. Ontem e anteontem, foi a vez de os banqueiros do Casino, que divide com Diniz o capital da controladora do Pão de Açúcar as empresas fecharam um contrato segundo o qual, a partir do próximo ano, o controle da empresa no Brasil ficaria com o grupo francês.
O BTG procurou os minoritários para tentar convencê-los de que a operação é boa para todas as partes, inclusive para os minoritários. Os assessores do Casino, por sua vez, falaram dos riscos que eles enxergam na operação. O trabalho foi dividido entre os bancos Goldman Sachs, Santander e Rotschild.