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Projeções

Equipe de Guedes diz que PIB deve crescer mais que o esperado em 2023

PIB de 2023 deve ser maior que o esperado pelo mercado, segundo cálculo da equipe de Paulo Guedes. (Foto: Edu Andrade/Ministério da Economia)

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A economia brasileira deve crescer mais que o esperado pelo mercado em 2023, prevê a equipe comandada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

A Secretaria de Política Econômica (SPE) calcula que o intervalo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano situa-se entre 1,4% e 2,9%, acima das atuais projeções de bancos e consultorias.

Embora tenha aumentado nas últimas seis semanas, a mediana das estimativas coletadas pelo Banco Central indica expansão de apenas 0,7% em 2023, segundo o mais recente boletim Focus.

Em nota informativa publicada nesta quarta-feira (9), a SPE afirma que nos últimos três anos o crescimento do Brasil superou as projeções, tanto do mercado quanto as do próprio governo. Para os técnicos, há uma alteração na tendência de crescimento, com mudanças estruturais que ainda não são captadas pelos modelos de predição.

Em março deste ano, por exemplo, o consenso do mercado projetava alta de apenas 0,3% para o PIB em 2022, ao passo que a SPE esperava 1,5%. Agora, as expectativas são de 2,76% e 2,7%, respectivamente.

Para chegar à sua estimativa de crescimento de até 2,9% em 2023, a equipe econômica levou em conta o carregamento estatístico (crescimento herdado de período anterior) e o padrão histórico dos últimos dez anos.

Para os técnicos, o principal risco para a concretização desse cenário está relacionado ao crescimento global em um ambiente de maior inflação. "A projeção desta Secretaria pressupõe uma desaceleração da atividade nos países emergentes e desenvolvidos ao longo de 2022, mas não incorpora no cenário básico uma recessão neste e no próximo ano", diz a nota.

Por que o PIB de 2023 deve crescer mais que o esperado, segundo a equipe de Guedes

"Nos últimos três anos, os valores realizados da taxa de crescimento anual do PIB brasileiro foram repetidamente superiores às estimativas de mercado em dois desvios-padrões, o que não ocorre desde a instituição do Focus/BCB. Artigos mostram que o consenso de mercado é moroso na inclusão das alterações da tendência da economia em suas estimativas. Dessa forma, a persistência dos erros de projeções nos últimos três anos pode indicar uma mudança na tendência de crescimento", diz o documento da SPE.

A nota elenca ao menos três razões para a expectativa de que a economia brasileira cresça mais que o esperado em 2023:

  1. os erros de projeção dos últimos três anos podem indicar uma alteração na tendência de crescimento da economia que ainda não foi captada pelos modelos de predição;
  2. o crescimento da taxa de investimento produtivo e a maior participação no PIB das importações de bens de capital (máquinas e equipamentos) elevam o patamar de crescimento da economia; e
  3. há uma "realocação do mercado de trabalho" que aumenta a produtividade da economia, com aumento da participação do emprego formal e crescimento de áreas como tecnologia da informação e serviços técnico-profissionais.

A nota da SPE destaca as perspectivas do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), cujos empreendimentos devem receber R$ 81,9 bilhões em 2023, "sobretudo nos segmentos de óleo e gás, energia elétrica e transportes". O valor é 10% maior que o esperado para 2022 (R$ 74,6 bilhões).

Segundo a secretaria, os investimentos em infraestrutura contratados no âmbito do programa, em grande parte relacionados a concessões ao setor privado, são da ordem de R$ 1,3 trilhão, dos quais R$ 416 bilhões serão desembolsados até 2025.

A equipe de Guedes chama atenção também para as medidas reformistas implantadas desde 2016, nos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).

"Citam-se as alterações legislativas que garantem o processo de consolidação fiscal e as reformas pró-mercado, que ocorrem através de medidas microeconômicas, fiscais e tributárias. Essas medidas têm efeitos na produtividade, no estoque de capital e no mercado de trabalho que afetam o PIB pelo lado da oferta", diz a nota.

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